Economia
15/02/2019Varejista deve estar atento à conjuntura econômica para fazer projeção realista de vendas
As vendas do varejo no Estado de São Paulo atingiram R$ 61,7 bilhões em novembro passado, reflexo das melhorias no crédito e na geração de emprego
Todas as atividades pesquisadas registraram aumento no faturamento em novembro; lojas de móveis e decoração tiveram a maior variação do mês (17,4%)
(Arte: TUTU)
O crescimento do varejo paulista depende especialmente do aumento do crédito aos consumidores. Para poder fazer projeções realistas das vendas ao longo de 2019, o empresário do setor precisa estar atento à divulgação dos índices da conjuntura econômica, como desemprego, inflação, produto interno Bruto (PIB), taxas de juros etc. A recomendação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é também para que o empresário evite o endividamento e a aquisição de grandes estoques.
Durante o ano passado, as vendas do varejo no Estado de São Paulo se mostraram melhores do que no mesmo período do ano anterior, reflexo dos restabelecimentos do crédito e da geração de emprego. Os resultados de novembro, por exemplo, ficaram acima da expectativa. No mês, as vendas reais calculadas pela Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) cresceram 6,3% em comparação ao mesmo mês de 2017 e atingiram R$ 61,7 bilhões.
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Esse foi o melhor saldo mensal do ano e do varejo paulista para o mês desde o início da série histórica, em 2008. A PCCV é realizada mensalmente com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP). A variação acumulada nas vendas varejistas nos 11 meses do ano foi de 5,4%, o que representa um faturamento R$ 31,5 bilhões superior ao obtido no mesmo período de janeiro a novembro de 2017. Os dados mostram a consolidação do ciclo de retomada do comércio após a crise de 2014-2016.
Todas as nove atividades pesquisadas obtiveram aumento em seu faturamento real em novembro, sendo as variações, da maior para a menor: lojas de móveis e decoração (17,4%); eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento (11,7%); autopeças e acessórios (9,3%); lojas de vestuário, tecidos e calçados (9,2%); materiais de construção (8,9%); concessionárias de veículos (6,4%); farmácias e perfumarias (5,9%); supermercados (4,4%); outras atividades (4,3%).
O bom desempenho das vendas ficou ancorado nos segmentos de bens duráveis, eletrônicos e eletrodomésticos. O grupo de atividades ligadas ao comércio de bens duráveis deve fechar o ano com aumento médio anual acima de 6%, o dobro a ser alcançado pelo demais segmentos.
Tomando como referência a trajetória dos principais indicadores de confiança e de intenção de consumo, as projeções permanecem apontando para um crescimento anual acima de 5% em 2018, ante a expansão de 4,2% nas vendas do comércio paulista em 2017.