Economia
03/08/2016Varejo de produtos básicos em São Paulo se aproxima de nível pré-crise
Enquanto o faturamento de supermercados e farmácias tem trajetória de alta, bens duráveis amargam taxas negativas de quase 15% ao ano
Arte (TUTU)
O comércio varejista paulista de bens não duráveis ou básicos (supermercados e farmácias) registrou alta de pouco mais de 5% nas vendas do primeiro trimestre deste ano, se aproximando dos níveis pré-crise do primeiro semestre de 2014, de acordo com os dados mais recentes divulgados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O mesmo não pode ser dito do comércio de bens duráveis, que amarga os efeitos da recessão com taxas negativas de quase 15% no período.
O faturamento do setor de bens não duráveis entrou em queda na segunda metade de 2014, mas já no segundo semestre do ano passado retomou a trajetória ascendente.
Os bens básicos são os que demoram mais para entrar na crise e também os que conseguem se recuperar antes no momento de retomada da economia, por serem produtos de primeira necessidade.
Enquanto diversos setores da economia registraram retração ao longo da atual crise, o desempenho dos supermercados e farmácias em nenhum momento apresentou variação negativa no acumulado de 12 meses embora tenha desacelerado vertiginosamente entre a segunda metade de 2014 e o primeiro semestre de 2015.
Por outro lado, o grupo de bens duráveis (veículos, autopeças, eletrodomésticos, materiais de construção e móveis) entrou antes na crise, ainda no início de 2014, quando registrava variação positiva próxima de 5%. Daí em diante seguiu em queda, apresentando taxas negativas a partir de junho daquele ano.
De 2015 até o início deste ano, o desempenho do setor oscilou entre -10% e -15%, sem mostrar, por enquanto, qualquer sinal de recuperação.
Os dados indicam que, em tempos de crise, as famílias evitam comprar uma geladeira nova ou trocar o carro, mas não deixam de gastar com comida e remédios. Além disso, o encarecimento do crédito, provocado pelo aumento das taxas de juros, impactou o desempenho do setor de bens duráveis.
Ainda de acordo com os dados, uma última análise pode indicar que, diante da recuperação do faturamento dos produtos básicos, o fundo do poço foi superado.
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