Economia
08/03/2019Variáveis positivas da economia indicam que empresário pode planejar estoque que atenda ao aumento nas vendas
Fatores como a oferta do crédito ao consumidor a um custo mais baixo fez a intenção de consumo das famílias registrar em fevereiro o mais alto patamar desde março de 2015
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Empresários dos setores de comércio e serviços acreditam que a atividade econômica tende a ter um ritmo mais elevado pelo menos no primeiro semestre do ano
(Arte: TUTU)
Diferentes variáveis levam os empresários dos setores de comércio e serviços a acreditar que a atividade econômica tende a ter um ritmo mais elevado pelo menos no primeiro semestre do ano. A estabilização da inflação que gera alívio para o orçamento das famílias, a oferta do crédito ao consumidor a um custo mais baixo e o aquecimento moderado do mercado de trabalho estão entre os fatores causadores dessa percepção.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estima que se a economia continuar nesse curso nos próximos meses, o empresário deve se planejar para um estoque que atenda ao aquecimento das vendas.
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Essas variáveis também influenciaram a elevação de 3,3% do Intenção de Consumo das Famílias (ICF) em fevereiro. Essa foi a quarta alta consecutiva do indicador que atingiu 104,3 pontos, o mais alto patamar desde março de 2015. No contraponto anual, o crescimento foi de 10,7%.
No mês, seis dos sete itens apontaram pontuação superior ao computado em janeiro. O índice é positivo, porque o ICF não tinha cinco itens no patamar de satisfação, acima dos 100 pontos, desde dezembro de 2014.
O item “Acesso a crédito” ultrapassou a fronteira da indiferença neste mês, ao registrar 102,3 pontos em fevereiro, alta de 5,3%. A última vez que o item esteve na área de satisfação foi em maio de 2015. Na comparação anual, o avanço foi de 12,4%. O resultado significa que 36,2% dos entrevistados afirmaram estar mais fácil a contração de empréstimos para compras de longo prazo. Há um ano, o porcentual era de 30,1%.
O item “Momento para duráveis” subiu 6,7% e atingiu 82,2 pontos. Mesmo abaixo dos 100 pontos, esse indicador conseguiu evoluir 45% desde outubro. Atualmente, 38% dos paulistanos dizem ser um mau momento para a compra de bens duráveis, como geladeira, fogão, TV etc. Há um ano, o porcentual era de 33,8%. Esse ciclo de alta começou em outubro com a expectativa da Black Friday, as compras de Natal e as liquidações de início de ano.
As famílias da cidade de São Paulo pretendem aumentar os gastos nos próximos meses. O item “Perspectiva de consumo” passou para 113,8 pontos em fevereiro, alta de 4,7% e o maior patamar desde abril de 2014. Esse item foi o que mais cresceu na comparação anual (17,9%). Agora, 42,1% dos entrevistados disseram que a tendência é um gasto maior nos próximos meses em relação ao mesmo período do ano passado – 10,7 pontos porcentuais acima do visto em fevereiro de 2018.
Já o item “Nível de consumo atual” avançou 4,4%. Apesar de ser a quarta alta consecutiva, ele continua na zona de insatisfação, com 71,8 pontos. Isso significa que 46,2% dos paulistanos responderam gastar menos no momento do que há um ano.
A melhora nos números do consumo tem relação com o aumento na segurança da renda familiar, reforçado pelo reajuste do salário mínimo em janeiro. O aumento fez o item “Renda atual” crescer 2,7% no mês e atingiu 110,5 pontos em fevereiro. Com isso, 37,7% das famílias da capital paulista dizem que o seu atual nível de renda está maior do que há um ano.
Emprego
Os dois itens relacionados ao mercado de trabalho que compõem o ICF mostraram resultados contrários. Enquanto a análise do emprego atual atingiu 123,7 pontos (alta de 2,8%), a perspectiva profissional caiu 1,2%. Ainda assim, este último continua sendo o item mais bem avaliado do ICF, com 126 pontos.
Atualmente, 40,8% dos entrevistados dizem estar mais seguros no emprego do que há um ano, e 59,2% acreditam que o responsável pelo domicílio tende a ter uma melhoria profissional nos próximos seis meses. Em fevereiro de 2018, esses porcentuais eram de 33,1% e 55%, respectivamente.
Faixa de renda
Na avaliação por faixa de renda, houve aumento de ambos os índices. A maior variação e pontuação foram vistas no grupo com renda superior a dez salários mínimos, que obteve alta de 5,7%, ao passar para 117,3 pontos. O índice da faixa de renda inferior a dez salários mínimos subiu 2,3% e marcou 99,7 pontos. Os resultados são os maiores desde, respectivamente, março de 2014 e de abril de 2015.