Economia
25/04/2023Vendas do comércio varejista do Estado de São Paulo crescem 8,2% em janeiro
Faturamento real atingiu R$ 91,2 bilhões, o maior para o mês em 15 anos, aponta FecomercioSP
O primeiro mês de 2023 mostrou sólida expansão no desempenho do comércio no Estado paulista. No período, as vendas reais cresceram 8,2%, em comparação ao mesmo mês de 2022. Desde 2008, início da série histórica, este é o melhor resultado para o setor nos primeiros 31 dias do ano.
O faturamento registrado foi de R$ 91,2 bilhões, o que representa R$ 7 bilhões a mais do que o apurado em janeiro de 2022. Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
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Das nove atividades pesquisadas, oito registraram aumento na renda real, no primeiro mês do ano. Destaque para o segmento de autopeças e acessórios (16,2%) e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento (15,5%), influenciados pela manutenção de crédito ao consumidor. Outro desempenho positivo foi constatado entre os supermercadistas (15,2%) — desde setembro de 2022, a alta dos preços e a priorização dos gastos das famílias têm contribuído para a elevação da atividade. Influenciadas pelas tradicionais liquidações de início do ano, as lojas de vestuário, tecidos e calçados contabilizaram crescimento de 11,1%. A única retração, em janeiro, foi registrada pelo grupo de outras atividades, que apontou variação negativa de 5,6%.
De acordo com a FecomercioSP, o desempenho positivo no mês ainda está relacionado à utilização de recursos do décimo terceiro salários recebidos pelos trabalhadores celetistas, no último bimestre do ano passado. No entanto, o grande responsável pelo crescimento das vendas do varejo é o mercado de trabalho aquecido: atualmente, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado de São Paulo apresenta a menor taxa de desemprego nacional, desde o fim de 2014 (7,7%).
Mais poder de compra
Além disso, o arrefecimento da inflação permitiu um ganho gradual no rendimento real do trabalhador. Em um ano, houve crescimento de R$ 10 bilhões em recursos a mais disponíveis para as famílias. Vale ressaltar que parte do interior do Estado sofre influência do momento positivo para o agronegócio. Impulsionadas pelos aumentos do preço internacional e da produção do setor, estas regiões têm ganhos significativos. Consequentemente, há mais emprego e renda, assim como mais vendas no comércio.
Por outro lado, há sinais de esgotamento, por exemplo, no setor automotivo. Algumas montadoras paralisaram a produção e deram férias coletivas em decorrência de um cenário econômico desfavorável e da falta de insumos. Assim, a tendência deve ser de arrefecimento nas vendas ao longo do primeiro semestre.
De modo geral, a FecomercioSP aponta que o comércio paulista conseguiu recuperar o fôlego para manter o ritmo de altas nos próximos meses. Diante da atual conjuntura brasileira, de várias incertezas, o varejo no Estado se descola e mostra a sua estrutura sólida, o que permite recuperação e expansão mais expressivas em relação a outras regiões do País.
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