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Imprensa

Vendas do comércio varejista paulista crescem 3,7% em fevereiro

Faturamento real atingiu R$ 86,2 bilhões no período, aponta pesquisa da FecomercioSP

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Em fevereiro, as vendas do comércio varejista no Estado de São Paulo seguiram a tendência dos últimos meses e cresceram 3,7% em comparação ao mesmo período de 2022. O faturamento real atingiu R$ 86,2 bilhões — R$ 3 bilhões a mais na mesma base comparativa. Esse é o melhor resultado para o segundo mês do ano desde 2008, quando teve início a série histórica.

Com o resultado, a variação acumulada nas vendas varejistas no ano foi de 6%, o que representa faturamento de R$ 10 bilhões acima do obtido no mesmo período dos dois primeiros meses de 2022. Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). A combinação entre inflação mais moderada e mercado de trabalho aquecido tem dado condições para o aumento do consumo das famílias, aponta a Federação. A situação econômica mais favorável dos consumidores também permite a redução na taxa de inadimplência.

Consequentemente, o ganho de renda do trabalho é destinado às compras, sobretudo nos setores essenciais. Tanto que, das nove atividades pesquisadas, sete mostraram crescimento no faturamento real em fevereiro. Destaque para farmácias e perfumarias (15,9%), supermercados (11,7%) e autopeças e acessórios (7,4%). Por outro lado, retrações foram registradas pelos grupos de outras atividades (-11%) e materiais de construção (-2,4%). 

Custo financeiro mais elevado

O crédito, apesar de caro, ainda está farto, cenário que permite a manutenção do desempenho positivo de segmento de duráveis, como é o caso de concessionárias de veículos, que cresceu 6,3% no segundo mês do ano, e eletrodomésticos e eletrônicos, que apresentou alta de 2,6%. 

No entanto, o consumidor terá de arcar com um custo financeiro mais elevado, em razão da alta taxa de juros, aponta a FecomercioSP. Infelizmente, nessa conjuntura, a economia toda perde o seu potencial. O comércio, por exemplo, poderia vender mais a um preço mais barato. Como resultado, o consumidor teria mais espaço para outros gastos. Entretanto, parte dos recursos é direcionada aos bancos.

De acordo com a Federação, de modo geral, o quadro tem sido mais positivo em relação ao visto em 2022, sobretudo quanto a uma inflação mais amena. Vale ressaltar que o aumento do faturamento não quer dizer lucro, pois não se trata de resultado financeiro. Sendo assim, muitos empresários seguem com margens apertadas para não perder a atratividade do consumidor.

Para março, a expectativa é de continuidade de crescimento da curva. A inflação dos alimentos tem se mantido praticamente estável — e, por ser o motivo principal do custo das famílias, dá um fôlego para o orçamento doméstico. Neste início de ano, a base sólida de emprego e renda é o que tem sustentado esses números favoráveis no varejo. 

Nota metodológica

A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades).

Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.

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