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Negócios

Viagens internacionais devem cair em julho com alta do dólar

Sondagem aponta que 52% dos empresários entrevistados acreditam que vendas diminuirão

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Viagens internacionais devem cair em julho com alta do dólar

Expectativa do empresariado do turismo de que o dólar se valorize ainda mais gera consequências negativas para o setor
(Arte: TUTU)

O Conselho de Turismo da FecomercioSP realizou, em parceria com a Panrotas, a segunda sondagem do Indicador de Turismo Panrotas-Fecomercio/SP, envolvendo empresários da indústria (representando principalmente agências de viagens, operadoras, hospedagem e eventos) com o objetivo de entender os impactos da desvalorização do real para o seu negócio e as mudanças no comportamento do consumidor, sobretudo, em relação as férias de julho.

Para 70% dos entrevistados o dólar deve continuar pressionado nas próximas semanas, sendo que 34% acreditam que a cotação tende a ultrapassar a barreira dos R$ 4 por dólar. Dos 30% restantes, 23% foram os que disseram que a moeda deve permanecer na casa dos R$ 3,70, e somente 7% consideram que o real tende a se valorizar.

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Essa expectativa do empresariado do turismo de que o dólar se valorize ainda mais gera consequências negativas para o desempenho do setor. Ainda de acordo com a sondagem, a maioria (52%) respondeu que as vendas no próximo mês (julho) devem diminuir. Mesmo para os 21% que esperam crescimento, a elevação deve ficar abaixo da expectativa e apenas 27% seguem otimistas e não esperam impacto em suas previsões.

De fato, como a desvalorização se acentuou muito próximo às férias de julho, uma parcela (24,3%) já havia feito a venda das viagens para este período. Para quase 10% dos entrevistados, o cliente continua com a programação, mesmo com a turbulência cambial. É natural que, com a incerteza de quanto se vai gastar na viagem, o consumidor troque um destino internacional por um doméstico, como apontado por 18,3% dos entrevistados enquanto 15,3% dos respondentes indicaram que as viagens foram mantidas, mas com alterações na programação. Somente 7% dos empresários indicaram a solicitação de cancelamentos em função do câmbio.

Quando perguntados sobre qual a atitude dos clientes quando em situações de disparada da moeda, 22% disseram que a viagem é mantida, porém os passageiros gastam menos no local. 17,4% disseram que os viajantes trocarão o exterior por algum destino brasileiro. Para 15,3% os consumidores seguem viajando para o exterior, mas buscam destinos com melhor custo-benefício. Apenas 9% dos viajantes manterão a programação integralmente como foi pensada. Os demais não responderam a esta questão.

A desvalorização repentina e rápida do real tem prejudicado o desempenho do setor de Turismo. A influência negativa não foi maior por conta que muitos consumidores já haviam se programado e a alta mais expressiva do câmbio se deu no início de abril, ou seja, período curto para quem organiza uma viagem importante como é a das férias de julho.

Para a presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Mariana Aldrigui, “a intensa flutuação do câmbio gera incerteza também no Turismo, afetando os planos para os feriados de 2018 e final do ano. O Turismo interno sai ganhando, obviamente. Flutuações menos significativas permitem que as famílias se planejem melhor e não se surpreendam com os gastos em cartões de crédito no exterior, por exemplo”. É, no entanto, “um excelente momento para vender o Brasil para o mercado internacional”, acrescenta.

Para o CEO da Panrotas, José Guilherme Alcorta, a situação é desafiadora, mas tanto o consumidor quanto os players do Turismo já sabem algumas dicas de como lidar com a instabilidade ou alta do dólar: “planejamento na compra da moeda e da viagem; antecedência do pagamento e parcelamento dos produtos turísticos, um benefício que praticamente só existe no Brasil”. Segundo ele, em dez vezes essa alta se dilui e também há muitas promoções de destinos e fornecedores, pois o dólar está forte não apenas no Brasil, mas em diversos outros mercados. Ele também concorda que é uma boa oportunidade para as viagens domésticas e para o receptivo internacional.

A aproximação do período eleitoral deve fazer com que a oscilação cambial se mantenha, de modo que o segundo semestre pode se caracterizar como um grande momento para o turismo interno no Brasil.

Nota: A sondagem foi realizada na semana de 4 e 8 de junho com 330 empresários.

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