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Sustentabilidade

Voluntários retomam tradição de plantio e criam hortas urbanas

Elas estão em praças públicas e terrenos cedidos por órgãos governamentais ou entidades

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Voluntários retomam tradição de plantio e criam hortas urbanas

Deisy de Assis

Gerações mais antigas tinham como costume o plantio de itens para os pratos da alimentação diária no quintal de casa ou em uma área compartilhada com vizinhos. Passada a efervescência da industrialização e com a atual busca por saúde e qualidade de vida, essa prática começa a ser retomada não só em pequenos espaços das residências: ela chegou às praças e terrenos públicos.

No bairro Vila Madalena, em São Paulo, a Praça Dolores Ibarruri (antiga Praça das Corujas) deu espaço a uma horta. São 800 metros quadrados repletos de árvores frutíferas, pés de hortaliças e legumes, além de flores.

“A ideia de começar a horta ocorreu entre voluntários e moradores da região, em 2012. Então, começamos o trabalho que se vê na praça”, conta a jornalista Claudia Visoni, uma das voluntárias, que também faz plantio de alimentos em casa.

Ela frisa que até hortaliças raras, como a bertalha e a azedinha, bem com o feijão do tipo guandu, são cultivados na horta das Corujas. Entre as frutas há mamão, maracujá e morango. Quanto aos legumes, são plantados chuchu, beterraba e quiabo.

Apesar de cercada, a horta é aberta aos cidadãos.

Hortas urbanas se espalham

O diretor Departamento de Agricultura da Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo da cidade de São Paulo, Luis Henrique Marinho Meira, conta que há inúmeras hortas como a da Vila Madalena espalhadas pela cidade.

“Não temos como quantificar, não há notificação das hortas. Mas só a casa de apoio ao agricultor que a secretaria mantém na Zona Leste auxiliar voluntários de pelo menos 20 hortas urbanas”, afirma Meira, referindo-se ao apoio com oficinas de capacitação para o plantio ou, aos que fazem da horta uma fonte de renda, com assistência jurídica ou documental.

De acordo com Meira, tem sido comum a cessão de áreas por órgãos públicos, autarquias ou empresas para que as comunidades criem hortas. “Foi assim que moradores da Mooca começaram uma horta na Praça das Flores. Em Guaianases a população mantém uma horta também em área cedida, desde 1989”, explica Meira.

Agricultura urbana ganha visibilidade

Na opinião de Claudia Visoni, voluntária da Horta das Corujas, a tendência é que a agricultura urbana ganhe mais visibilidade. “As pessoas estão buscando uma vida mais saudável e veem a possibilidade de se alimentar melhor a partir das hortas, embora sejam de produções pequenas.”

O interesse pelas hortas em ambientes urbanas fez com que fosse criado o grupo Hortelões Urbanos, no Facebook, que já conta com 17,2 mil membros. O perfil é um canal para troca de experiências, exposição de dúvidas ou problemas com o plantio.

Iniciativa em prol do meio ambiente, como a de hortas urbanas, podem concorrer ao 5º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade. Para obter mais informações e se inscrever acesse aqui.

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