Editorial
08/04/2022Web 3.0: Oportunidades de negócios
Entenda o valor analítico para o posicionamento da marca no mundo phigital
A Web 3.0 e os metaversos já impactam diversas áreas e a experiência de usuário e a omnicanalidade
(Arte: TUTU)
Em 2021, Mark Zuckerberg chocou o mundo ao anunciar que o Facebook estava mudando seu nome para Meta, iniciando a tarefa de desenvolver um mundo digital imersivo que se tornaria a principal maneira de as pessoas viverem suas vidas no futuro.
Segundo o próprio Zuckerberg, o Metaverso é a “próxima fronteira em conexão social” e ele não parece ser o único a acreditar nisso. Afinal, a cada dia surgem novos investimentos expressivos de Marcas e organizações no desenvolvimento de tecnologias e lançamentos de produtos, entre outros serviços voltados para os Metaversos que estão surgindo.
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Veja abaixo alguns desses números que não vão parar de crescer:
• US$ 46 bilhões foi o valor avaliado dos Metaversos em 2020;
• Meta (Facebook) já tem investidos cerca de US$ 10 bilhões no seu próprio Metaverso;
• Estima-se criar mais de 10.000 empregos nos próximos cinco anos;
• US$ 800 bilhões (Bloomberg) a US$ 1 trilhão em receita anual (Grayscale) é a previsão de alcance do tamanho de mercado dos Metaversos;
• Os NFTs (Tokens não fungíveis) atualmente tem um valor de mercado estimado em US$ 41 bilhões.
Dentre as indústrias que tomaram a dianteira nesta mudança radical de mercado, se destaca a indústria da moda, com marcas de luxo como Dolce & Gabbana, Adidas, Nike, Balenciaga, Ralph Lauren e Gucci.
Das diversas áreas nas quais os Metaversos estão impactando, podemos destacar a do Marketing de Influenciadores que em 2022 deve movimentar cerca de U$15 bilhões no mundo todo com previsão de U$84 bilhões até 2028. E segundo pesquisas recentes nos Estados Unidos, 60% dos digitais influencers já estão criando conteúdo para os Metaversos e 70% acreditam que os Metaversos vão substituir as redes sociais tradicionais.
Este novo contexto abre desafios e oportunidades para o mapeamento e compreensão das complexas interações que tem como epicentro os espaços virtuais dos Metaversos e que não necessariamente têm correlações nas mídias sociais e aos analytics atrelado a elas.
Foi a partir desta oportunidade única de ser a primeira empresa em capturar, mensurar e analisar as complexas dinâmicas dentro dos Metaversos que a Tree Intelligence, por meio da sua tecnologia LivingInfuencers, mapeou o maior evento da Moda: o Metaverse Fashion Week o MVTW o qual teve lugar no Decentraland nos dias 24 a 27 de março.
Abaixo segue uma breve descrição da experiência:
Um dos principais organizadores do evento, Boson Protocol, criou um terreno único onde diferentes marcas puderam colocar seu estande personalizado e oferecer seus NFTs. Entrevistas com influenciadores de destaque da indústria da moda digital e da moda em geral foram transmitidas ao vivo na praça central da trama, com a entrevista com Tommy Hilfiger recebendo a maior audiência. As arquibancadas colocadas na rua central permitiram aos visitantes “ir às compras” após essas conversas.
A grande novidade foi a possibilidade de comprar produtos físicos de diversas marcas acessando uma versão tokenizada do produto pelos pontos de venda. Além de possibilitar a venda de produtos físicos por meio da sua associação com fabricantes sob demanda, como foi o caso de Dead Fellaz, Dressx, WLDFNGZ, The Rebels NFT.
Este último oferecia aos usuários a possibilidade de comprar um wearable para seu avatar e o mesmo produto para usar na vida real. Essa possibilidade de venda de produtos físicos e digitais faz parte da tendência mais geral conhecida como phygital ou Online to Offline (a integração entre o mundo físico e virtual), e foi a mais atrativa para os visitantes. De fato, 46% das ações realizadas pelos avatares nesses estandes foram interações com os pontos de venda de produtos fictícios, enquanto o interesse por produtos estritamente digitais foi de apenas 10%.
O MVFW foi uma oportunidade disruptiva para as marcas criarem novas maneiras imersivas de se relacionar com seus públicos e experimentar em novas experiências de usuário, tais como:
• Patrocinamento de desfiles: marcas de cosméticos como Estée Lauder e Mugler encontraram uma oportunidade omnicanal para se apresentar no metaverso patrocinando desfiles de moda no auditório central do Fashion District.
• Galerias de arte: também foi possível apreciar galerias de arte da Privé Porter e D&G, entre outras, e monumentos temáticos como a estátua do perfume Estée Lauder.
• Metafestas: com DJs conhecidos como ICYKOF e Bob Sinclar, e cantores como Nicky Nicole.
• Entrevistas ao vivo: transmissão de entrevistas e hospedagem de eventos de designers de moda como Philipp Plein.
Em termos de descentralização, o mais interessante foi que a ampla comunidade DCL se apropriou do evento à sua maneira e criou eventos alternativos dando espaço a outras marcas. Eventos que, em alguns casos, foram mais populares do que eventos oficiais onde a criatividade e a apropriação do espaço eram claramente visíveis.
A Web 3.0 em geral e os Metaversos em particular já estão impactando em diversas áreas e indústrias como a do Marketing de influenciadores, a experiência de usuário e a omnicanalidade. A adaptação pioneira de técnicas de coleta, tratamento e análise dos novos tipos de interações que acontecem nestes (meta)mundos, por empresas de inteligência social como a Tree Intelligence e sua tecnologia LivingInfluenciers, é um exemplo do caminho de adaptação a esta nova realidade onde o phigital é a bola da vez.
Saiba mais sobre o Conselho de Economia Digital e Inovação.
*Vitor Magnani é presidente do Conselho de Economia Digital e Inovação da FecomercioSP.
Artigo originalmente publicado na Forbes Brasil Online em 8 de abril de 2022.