Imprensa
13/11/2024Web Summit: ‘social commerce’ personaliza o varejo
Especialistas apontam tendências na oferta de produtos e na relação com os clientes
A combinação das redes sociais com o comércio no ambiente digital é um dos temas de destaque do Web Summit Lisboa 2024. Para entender os impactos dessas transformações para o ambiente de negócios, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) está marcando presença no evento, que acontece na capital portuguesa entre 11 e 14 de novembro. O Web Summit — uma das principais conferências do calendário global de inovação e tecnologia — reúne mais de 70 mil empresários e investidores de 160 países, além de 3 mil startups.
Na edição deste ano, o conceito do social commerce é apontado como uma tendência por empreendedores e especialistas presentes na conferência. Isso acontece porque as redes de e-commerce e mídias sociais estão passando por uma espécie de “fusão”, o que deve se intensificar nos próximos anos.
Segundo Adam Auriemma, editor-chefe da CNET, empresa norte-americana de análise de produtos, a decisão de compra não é individual. “Avaliamos recomendamos muitos itens. Temos muito orgulho do trabalho que fazemos, mas, hoje, as pessoas também buscam sugestões nas redes sociais, querem o social proofing [fenômeno baseado na psicologia humana segundo o qual ancoramos as nossas decisões de consumo na experiência de outras pessoas]”, afirma.
Ao perceber a busca dos consumidores por opiniões nas mídias sociais e a ascensão do chamado user-generated content (conteúdo gerado pelo usuário), nos últimos anos se tornou comum marcas contratarem influenciadores para publicar elogios aos seus produtos. “Pedem até para que o vídeo não seja completamente profissional, para que pareça mais natural, mas a pessoa está dizendo tudo o que foi paga para dizer. O consumidor já está percebendo que é tudo falso e está deixando de confiar. Esse tipo de promoção está em queda”, avalia Noor Agha, CEO do app Flip.
Noor defende que as pessoas deveriam ser remuneradas pela quantidade de visualizações dos próprios conteúdos, mas é essencial que sejam autênticas quanto ao que afirmam sobre os produtos. “Sabe quando você entra numa loja e foge do vendedor porque quer analisar tudo sozinho? O influenciador vai se tornar esse vendedor inconveniente”, prevê.
Exemplos dessa "fusão"
Calouro de uma universidade em plena pandemia, Teddy Solomon criou, em 2020, o Fizz, uma plataforma social para se conectar com outros estudantes que, como ele, não podiam ir ao campus. Mas o que nasceu como rede social logo se tornou um ponto de vendas entre usuários. “Percebemos que grande parte das mensagens era de pessoas comprando e vendendo bicicletas, computadores, ingressos para shows, roupas. Decidimos criar um marketplace, mas como privacidade e segurança”, conta. Recentemente, começaram a testar um espaço de vendas não apenas para usuários, mas também para certas marcas.
Já o app Snoonu, do Qatar, que nasceu como um e-commerce, atualmente oferece uma amplitude de atividades, desde venda de produtos (como a Amazon) até delivery de alimentos (como o iFood) e serviços de motorista (como a Uber). No entanto, a chave para o seu sucesso está nos recursos sociais — que abrangem uma gama de funcionalidades projetadas para promover a interação, a colaboração e a construção de comunidades nas plataformas digitais —, segundo o CEO do aplicativo, Hamad al-Hajri. “Um consumidor pode adicionar o outro, ver quais produtos ele compra e saber as suas opiniões. Temos comunidades sociais que surgiram pelo comércio”, conta.
A plataforma aposta ainda na gamificação, com “missões” de até
quatro meses, como forma de fidelizar o público. Além disso, deve lançar em breve a possibilidade de sessões de live streaming, em que um chef famoso pode cozinhar um prato como forma de promover um restaurante que faz entregas, por exemplo. “Buscamos cada vez mais esses recursos das redes sociais. O tempo que as novas gerações passam online é muito alto, e queremos que parte desse tempo seja gasto na nossa plataforma”, ressalta.
Web Summit 2024
Dentre os assuntos cobertos pela FecomercioSP, destacam-se os impactos do o uso da Inteligência Artificial (IA) para as empresas e o futuro do trabalho, bem como os aspectos relacionados à regulamentação da ferramenta — temas presentes nos debates do Conselho de Economia Digital e Inovação e do think tank de IA da Entidade. Na próxima semana, um relatório com os principais insights do evento será divulgado nos canais digitais da Federação. Fique ligado!
Inscreva-se para receber a newsletter e conteúdos relacionados
Notícias relacionadas
-
Imprensa
Web Summit 2024: inovação e empreendedorismo
FecomercioSP acompanha discussões sobre a transformação digital e os reflexos da IA nos negócios
-
Economia
Modernização do Estado passa por mais presença da IA
NegóciosPequenas empresas, grandes impactos: startups ganham espaço
NegóciosIA deixa de ser opção e se torna essencial para a competitividade no Turismo