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Economia

Xadrez Eleitoral: dominada pela polarização, eleição presidencial se tornou escolha entre símbolos do presente e do passado

Encontro promovido pelo CEEP também discute o embate entre economia e costumes na decisão do eleitor, além das chances da terceira via

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Xadrez Eleitoral: dominada pela polarização, eleição presidencial se tornou escolha entre símbolos do presente e do passado

Pesquisas indicam que eleição de 2022 é a mais polarizada desde a redemocratização
(Arte/Tutu)

A despeito da falta de propostas sobre como fazer o País voltar a crescer e a gerar empregos, a eleição presidencial está dominada pela polarização, de modo que o eleitor se sinta induzido a decidir o voto avaliando se a sua vida está melhor hoje do que foi anos atrás. Correndo por fora, resta aos candidatos mais ao centro, representantes da terceira via, contar com a ocorrência de um fato excepcional que alavanque suas candidaturas – ou que mine as chances dos postulantes líderes nas pesquisas.

Este é um resumo da segunda edição do Ciclo de Encontros CEEP 2022: o Xadrez Eleitoral. Promovido pelo Conselho de Economia Empresarial e Política (CEEP), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), em parceria com a empresa de análise de dados Bites, o debate, realizado na última quarta-feira (13), se debruçou sobre as preferências do eleitor, como as campanhas ganham escala no ambiente digital e o embate entre as pautas econômica e de costumes como elemento decisivo do voto.

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Convidado da segunda edição, Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, especializado em análise de dados e pesquisas, destacou que a polarização nunca tinha alcançado tamanha proporção como no pleito presidencial deste ano. Isso se prova, segundo ele, ao observar que, mesmo em pesquisas espontâneas – em que os nomes dos candidatos não são apresentados ao respondente –, 56% dos eleitores afirmam que vão votar em Jair Bolsonaro ou em Luiz Inácio Lula da Silva, porcentual recorde histórico.

“Pela primeira vez, temos um presidente em exercício disputando contra um ex-presidente da República. Isso faz com que a eleição, para o eleitor pragmático, seja ‘a minha vida está melhor agora ou estava melhor antes?’”, sintetizou Meirelles.

Com base em dados captados nas redes sociais e por meio de sites de busca, o diretor-executivo da Bites e membro do CEEP, Manoel Fernandes, salientou que a eleição deve se acirrar e que o ambiente digital tem sido utilizado para implantar pautas polêmicas entre os simpatizantes dos candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto.

Com o auxílio de um gráfico, Fernandes mostrou como a busca pelo termo “voto auditável” cresceu exponencialmente em agosto de 2021, seguindo a desconfiança manifestada pelo atual presidente em relação à urna eletrônica.

“A internet ajuda a construir e dá escala a narrativas”, frisou o diretor-executivo da Bites. “As equipes de Lula e Bolsonaro têm sites próprios, com grande audiência, que produzem conteúdo. Vai ser um embate muito feroz”, acrescentou.

Quais as reais chances de a terceira via vencer?

O cientista político e copresidente do CEEP, Paulo Delgado, ressaltou que, para Lula e Bolsonaro, o ideal seria que a eleição fosse realizada em abril, e não em outubro e novembro, meses do primeiro e do segundo turnos, respectivamente. Na avaliação do sociólogo, a polarização, temendo o inesperado, tem o objetivo de encurtar o pleito presidencial.

“A terceira via é sempre o inesperado entre os elegíveis”, pontuou. “A eleição pode ter surpresa? Acho que sim. O que tenho visto é que o eleitor quer alguém que o exima da necessidade de decidir [entre os polos]”, analisou Delgado.

Meirelles, por sua vez, indicou que, se as campanhas se arrastarem até a eleição sem sobressaltos, nenhum candidato conseguirá ocupar o lugar de Lula ou Bolsonaro no segundo turno.

“Em condições normais de temperatura e pressão, não existe chance de ter terceira via. Com Lula e Bolsonaro concorrendo sem nenhum fato excepcional, não há nenhuma chance”, assegurou o presidente do Instituto Locomotiva.

Economia × costumes

Analisando a conjuntura econômica do País, o economista e copresidente do CEEP, Antonio Lanzana, ressaltou que a inflação elevada, o crescimento baixo e o alto nível de desemprego vão influir na decisão do eleitor. Contudo, fez algumas ressalvas ao peso atribuído ao voto econômico, sobretudo quando posto ao lado da pauta de costumes.

“Quando se está numa situação econômica normal, a questão dos costumes ganha um peso maior. Agora, quando se está numa situação econômica difícil, essa variável ganha um peso maior”, resumiu.

De todo modo, Lanzana criticou o fato de os presidenciáveis ainda não terem apresentado propostas contundentes para a retomada da economia.

“A renda per capita do brasileiro, hoje, é menor do que há dez anos. Ficamos mais pobres, perdemos padrão de vida, e o mundo cresceu. No entanto, não vemos propostas para retomar o crescimento e, consequentemente, o emprego”, lamentou o economista. “Minha esperança é que, com a proximidade das eleições, as discussões sejam aprofundadas e envolvam o que é importante para o País”, complementou.

Perdeu a transmissão? Clique aqui e confira o debate na íntegra.

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