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Notícias

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31/05/2011

Cooperativa dos Produtores de Artesanato de Seda vence 2º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade

Copraseda foi premiada na categoria Microempresa

Cooperativa dos Produtores de Artesanato de Seda vence 2º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade

A Cooperativa dos Produtores de Artesanato de Seda (Copraseda), formada por agricultoras residentes no munícipio de Nova Esperança (PR), com o apoio do programa Universidade Sem Fronteira da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Paraná, desenvolveu o projeto “Artisans Brasil”. A iniciativa, que conta com parceria da Incubadora Tecnológica de Maringá, além da assessoria  técnica de professores e alunos da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e do Centro  Universitário de Maringá (Cesumar), é a vencedora da categoria Microempresa do “2º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade”.

O projeto “Artisans Brasil” teve início a partir de outra inciativa, denominada “Seda Justa”, desenvolvida em 2006 pela Incubadora Tecnológica de Maringá. A “Artisans Brasil” orienta as cooperadas na fabricação de produtos artesanais, a partir do uso de fios de seda. A coloração das peças é obtida com corantes naturais como erva mate para os tons verdes, casca de cebola para as tonalidades marrons e urucum para obter variações do laranja. Os cachecóis são exportados para algumas unidades da rede importadora “Artisans du Monde”, na França, que tem mais de 174 lojas e se dedica ao comércio de artigos produzidos dentro dos pilares do comércio justo, que, dentro de uma série de princípios, também preza pela remuneração adequada aos envolvidos no processo de produção.

A Copraseda foi formalmente constituída em abril de 2010 por 40 agricultoras
do munícipio de Nova Esperança (PR). Hoje, além dos cachecóis, também são fabricados lenços, bandanas e colares usando o mesmo insumo têxtil. A matéria-prima é proveniente da criação da larva no próprio município, o maior produtor de casulos de seda no País. Por meio de parcerias com designers e empresas privadas da região de Maringá, a Artisans Brasil busca o desenvolvimento de novos produtos para permitir a ampliação do número de famílias beneficiadas pela produção dos artigos de seda e, consequentemente, gerar novos postos de trabalho e mais renda.

A iniciativa também proporcionou às cooperadas o treinamento específico para a confecção e tingimento dos produtos. Atualmente, a produção é feita a partir das eventuais demandas e a remuneração é calculada com base no tempo dedicado para a realização das diferentes peças. O processo de produção é realizado da seguinte maneira: a cooperativa adquire a matéria-prima e distribui para que as artesãs comecem o trabalho.

Depois, os produtos são entregues na cooperativa que os comercializa e paga as cooperadas 60% do valor das peças. “A maioria das pessoas não sabe que, hoje, o Brasil é o segundo maior exportador de fio de seda crua no mundo, atrás apenas da China”, revela o coordenador da “Artisans Brasil”, João Berdu. “A região do município de Nova Esperança, conhecida como Vale da Seda, é o setor que mais produz casulos de bicho-da-seda em todo o Ocidente”, completa.

Para Berdu, a Copraseda trouxe uma nova perspectiva para as produtoras da região. “Hoje, as produtoras de casulo de bicho-da-seda podem participar de outra parte da cadeia de produção e obter mais renda”, informa. O coordenador do projeto afirma que a intenção é expandir a iniciativa, atrair e treinar mais cooperadas.

“Por enquanto, estamos fazendo a capacitação profissional para tricô e o uso das máquinas para facilitar a produção”, revela. Entretanto, ainda faltam incentivos financeiros e parcerias para comercializar os produtos. “Iniciamos o desenvolvimento do capital humano para aumentarmos a produção quando tivemos pontos de venda no Brasil”, adianta.

Atualmente, os pedidos de lojistas podem ser feitos somente por meio do site da “Artisans Brasil” (www.artisansbrasil.com.br). A previsão é de que em breve os produtos possam ser encontrados no comércio nacional. “A partir de novembro, teremos a primeira feira e estamos nos organizando para que as produtoras possam vender os produtos para os comerciantes e redes que se identifiquem com a proposta do comércio justo”, relata.

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