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05/06/2017Especialistas debatem a importância do tratamento adequado de resíduos de serviços de saúde
Gestão de produtos descartados no setor ainda não é uniforme e ainda não há logística reversa para medicamentos vencidos ou em desuso dos consumidores domésticos
Área de saúde ainda está atrasada no País quanto a métodos de logística reversa
(Tutu)
A logística reversa de medicamentos vencidos ou sem uso dos consumidores domésticos ainda não é realidade no País. Durante o II Simpósio Internacional de Resíduos de Serviços de Saúde, que teve o apoio da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o presidente do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, José Goldemberg, enfatizou que a diferença entre o Brasil e a Europa nessa questão é considerável, já que no Velho Continente o tratamento é compulsório e conta com a presença mais forte do governo.
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“Aqui no Brasil, nós partimos para um caminho de negociação, que é muito mais lento, mas acredito que, apesar de ser lento, vai acabar conduzindo a bons resultados, como já ocorre em certas áreas, como papel, latas de alumínio, baterias e pilhas”, afirmou Goldemberg no encontro realizado entre os dias 25 e 26 de abril, no Instituto de Pesquisas Tecnológicas, na Universidade de São Paulo (USP).
Outros desafios são a falta de uniformidade na gestão de resíduos dos serviços de saúde e a falta de fiscalização mais eficiente. Para o professor coordenador do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, PhD – Portugal e CEO da Levon Ambiente S.A., Mário Russo, é preciso investir na formação dos atores envolvidos nas unidades de saúde para que o encaminhamento e o tratamento de resísduos sejam mais adequados e menos custosos para as instituições de saúde.
“A educação da população é outro desafio, seja para a correta disciplina no uso dos medicamentos, seja para o descarte após o tratamento médico, evitando o uso da rede de drenagem de águas residuais para o lançamento dos medicamentos com data vencida ou as sobras”, completou.
Para outros especialistas participantes, a discussão é importante porque contribui para encontrar soluções e, até mesmo, incentivar a mudança de cultura. “Um setor pode ouvir o que outro já fez e deu certo, tentar adaptar para o dele. Ou vê o que não deu certo e tenta não repetir essa mesma forma de fazer. E, ainda há alguns aspectos que são levantados que as pessoas podem ainda nem ter pensado”, disse a assessora técnica do Conselho de Sustentabilidade da FecormercioSP, Cristiane Lima Cortez.
Ela contou, ainda, que a norma técnica “ABNT NBR 16457:2016 - Logística reversa de medicamentos de uso humano vencidos e/ou em desuso”, que é fruto de iniciativa da FecomercioSP foi abordada, assim como a logística reversa de outros produtos pós-consumo, que não são do dia a dia do setor de saúde, mas que servem para abrir horizontes de como fazer a dos medicamentos dos consumidores domiciliares.
Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) lançou a sexta edição do Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade, com inscrições abertas até 20 de novembro de 2017.
A nova edição tem como tema os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Trata-se de uma agenda mundial adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU), com 169 metas a serem atingidas pela humanidade até o ano de 2030. Essas medidas envolvem ações nas áreas de consumo e produção sustentáveis, erradicação da pobreza, segurança alimentar, agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, entre outras.
Serão reconhecidos projetos com foco nos princípios da sustentabilidade. As categorias contempladas são: empresa; indústria; órgão público; academia; reportagem jornalística; e entidades empresariais.
Os finalistas serão anunciados em fevereiro de 2018. Os vencedores receberão títulos de capitalização ou previdência, no valor de R$ 15 mil, e troféu. Os trabalhos classificados em segundo e terceiro lugares também serão reconhecidos.