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31/05/2011Programa Estadual de Contratações Públicas Sustentáveis vence 2º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade
Projeto foi premiado na categoria Órgão Público
Na busca pela inclusão de critérios socioambientais nas contratações públicas realizadas pelos órgãos do governo do Estado de São Paulo nasceu o “Programa Estadual de Contratações Públicas Sustentáveis”, vencedor do “2º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade” na categoria “Órgão Público”. Foram quatro anos de estudos até o projeto ser colocado em prática em 2008, conforme explica a idealizadora e responsável pela implementação do Programa, Denize Cavalcanti, da Coordenadoria de Planejamento Ambiental da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA). Segundo ela, no princípio, a ideia sofreu certa resistência por parte do Tribunal de Contas e órgãos fazendários diante de aquisições e contratações consideradas “mais caras” e que “supostamente restringiam a competitividade entre as empresas fornecedoras”, mas a bandeira da sustentabilidade superou essas barreiras.
“Essa resistência foi diminuindo com o passar do tempo, a partir da constatação de que o ordenamento jurídico vigente não só autoriza como exige a prática da sustentabilidade nas contratações públicas. Além disso, o surgimento de novas empresas no mercado, produtoras de bens e serviços com critérios socioambientais, tornou os preços mais competitivos”, comenta Denize. Depois de o programa entrar em vigor, Denize percebeu que muitos órgãos já desenvolviam um trabalho sustentável, mas a prática não estava difundida em todo o governo. “O mais surpreendente foi perceber que muitos órgãos e entidades já vinham praticando a sustentabilidade em suas compras e contratações. Porém, isso não vinha sendo reportado da forma adequada”, conta. Como o programa prevê a elaboração de relatórios anuais sobre as compras e contratações realizadas, as práticas sustentáveis passaram a ser difundidas e a servir de exemplo para outras instituições e até mesmo para outros governos.
Com a disseminação da ideia, a SMA pôde catalogar todo trabalho considerado ecologicamente correto desenvolvido pelo Estado. “O principal ganho obtido desde a criação do programa foi essa capacidade de diagnosticar as práticas que já vinham sendo adotadas, o que permitiu a criação de indicadores de acompanhamento e monitoramento, os quais, por sua vez, permitirão que metas sejam estabelecidas para a escolha de, cada vez mais, bens e serviços produzidos a partir da observação de critérios socioambientais”, analisa a especialista.
O programa também gerou reflexos econômicos. Embora ainda não tenha sido feito um levantamento de valores, Denize aponta o avanço obtido com o “aumento do número de micro e pequenas empresas no universo de fornecedores, o que por si só já representa um benefício relacionado à distribuição de renda e geração de empregos”. Ela também observa certa redução de gastos por meio da padronização das especificações técnicas, principalmente na área de serviços terceirizados. Comparando os valores registrados entre 1995 e 2009, a economia chega a R$ 17 bilhões, de acordo com Denize. Mas os ganhos não param por aí. “A inserção de critérios em obras e serviços de engenharia proporcionaram grande economia no consumo de água e energia, reduzindo os valores dessas despesas”, completa.