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Negócios

Com adesão crescente de práticas ESG, métricas de valor nas empresas precisam conciliar lucro com impactos social e ambiental

Mais relevante ao consumidor, agenda que preza pelo desenvolvimento responsável é caminho sem volta, diz Luiz Maia, coordenador do Comitê ESG da FecomercioSP

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Com adesão crescente de práticas ESG, métricas de valor nas empresas precisam conciliar lucro com impactos social e ambiental

"É totalmente possível compatibilizar lucro e impacto social. Os dois caminham lado a lado", ele afirma
Foto: Rubens Chiri

A economia brasileira não será como antes da pandemia, a retomada deverá se adaptar a padrões internacionais de sustentabilidade e à crescente adesão a práticas ESG (em português, “ambiental, social e governança”) por empresas do Brasil e do mundo. “A pandemia foi um grande despertar sobre qual planeta almejamos, sobre qual sociedade queremos ser e como iremos formá-la com o envolvimento de todos. É uma jornada e envolve diferentes atores: governo, setor privado e sociedade. Esta é a nova realidade – e não há mais volta”, destaca Luiz Maia, consultor sênior da GBS Finance e coordenador do Comitê ESG da FecomercioSP. 

Em entrevista comandada pela cientista política Mônica Sodré ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, Maia explica que métricas de aferição de valor já não podem ser apenas financeiras, mas com atributos ESG. “Já se entende que o papel da empresa não é somente o de gerar lucro financeiro”, pondera. 

Segundo ele, estamos vendo, atualmente, um grande posicionamento por parte das empresas em torno desta agenda. E já há cobrança de transparência feita pelos clientes e outros grupos de interesse às companhias. Como resultado, tais negócios estão, cada vez mais, fazendo relatórios e assumindo compromissos de mensuração e de cumprimento de metas sustentáveis. “[A partir disso], a própria sociedade irá julgar se vale a pena continuar utilizando produtos e serviços desta companhia.”

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Na entrevista,o consultor aconselha que as empresas realmente se empenhem em tornar a mudança organizacional factível e que evitem a venda da uma imagem greenwashing (“maquiagem verde”), isto é, de um posicionamento não praticado, e que seja mais um efeito de marketing do que uma modificação concreta na forma de agir, de se relacionar com a sociedade e de produzir. 

Quanto ao fator social do ESG, Maia frisa que é totalmente possível compatibilizar lucro e impacto social. “Os dois caminham lado a lado. No futuro, uma empresa será reconhecida não pelo que ela gerou de retorno aos acionistas, mas pelo que devolveu para a sociedade. O papel da empresa [brasileira] hoje é, também, de reduzir os gaps que temos neste país complexo. Vamos ter de usar todo o conhecimento tecnológico para desenvolver o empreendedorismo social e entrar nos rincões brasileiros com tecnologia e conhecimento”, complementa. “Os engajamentos das lideranças políticas e do setor privado farão com que a gente acelere o processo de tornar o Brasil mais igualitário e mais justo.” 

Comitê ESG da FecomercioSP 

Diante da relevância que o tema tem ganhado ao longo dos últimos anos, sobretudo na pandemia, a FecomercioSP criou o comitê para engajar e apoiar as empresas a produzirem conhecimento e métricas, para levar pleitos empresariais ao Poder Público e, também, para tangibilizar medidas ESG a negócios de todos os portes. Acesse a página e saiba mais

“Vamos começar a discussão sobre a criação de uma agenda ESG com representantes do setor privado com grande experiência e conhecimento sobre práticas de sustentabilidade nas empresas. Aos poucos, queremos que este debate seja permeado nos pequenos e médios negócios. Será também um papel de educação pelo comitê, pois a sustentabilidade pode ser ensinada”, conclui Maia, o coordenador do grupo. 

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