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Negócios

Empreendedorismo de impacto social também é sobre dinheiro

Em entrevista ao UM BRASIL, Karine Oliveira conta que fundou a Wakanda Educação com a intenção de traduzir o empreendedorismo formal para a linguagem informal

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Empreendedorismo de impacto social também é sobre dinheiro

Karine Oliveira, CEO da Wakanda Educação Empreendedora: "A minha mudança de mentalidade faz total diferença se o meu negócio vai se desenvolver ou não"
(Foto: Lane Silva)

Ainda que com a melhor das intenções, empreendedores devem ter a consciência de que negócios de impacto social só sobrevivem e fazem a diferença quando são sustentáveis financeiramente. Além do mais, a estabilização de empresas deste tipo, com lucro e crescimento, é a melhor resposta que empreendedores sociais podem ter a respeito de uma iniciativa que busque promover soluções voltadas às populações mais vulneráveis. Esta é a visão de Karine Oliveira, CEO da Wakanda Educação Empreendedora, em entrevista ao Canal UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP.

De acordo com ela, quem pretende iniciar um negócio de impacto social deve baixar as expectativas em relação ao alcance do projeto.

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“Vocês não vão resolver problema social nenhum. Vocês podem atingir uma ponta dele, dirimir alguma questão. O empreendedorismo de impacto social é para tentar diminuir [o problema]; estancar, a gente não vai, porque precisaríamos de todo um ecossistema enorme para resolver o problema”, declara Karine, em entrevista realizada em parceria com a Brasa Summit – conferência anual da Brazilian Student Association (BRASA) na América do Norte, na qual estudantes brasileiros discutem os principais entraves do País.

“Empreendedorismo de impacto social é sobre dinheiro. Então, não adianta ter uma boa intenção, mas não ter sustentabilidade financeira para mantê-la”, complementa a CEO da Wakanda Educação.

Ela conta que, ao ganhar experiência com gestão e apoio a pequenos negócios, percebeu que o mundo do empreendedorismo não se comunicava adequadamente com quem poderia empreender, principalmente pessoas de baixa renda.

Com isso, criou a Wakanda, empresa que, por meio de cursos de formação, traduz conteúdo de empreendedorismo tradicional para a linguagem informal e regional. O nome foi inspirado no país africano fictício retratado no filme Pantera Negra (2018). Atualmente, mais de 90% do público atendido pela empresa são formados por mulheres.

Karine indica que um dos motivos de o modelo tradicional de empreendedorismo se manter distante das pessoas de periferia é o excesso de estrangeirismos.

“Ainda há o resquício de que tudo o que é bom vem de fora”, afirma. “A gente cria muitas coisas aqui, mas, se não é respaldado lá fora ou vem de fora, meio que não recebe a devida atenção e o estímulo que necessitaria. É por isso que muitas metodologias que tentam importar para cá não funcionam. Esquecem de adaptar para o contexto brasileiro”, acrescenta.

Karine também comenta sobre a informalidade da economia brasileira. Segundo ela, “existe um sentimento de que se formalizar é prejuízo”, em razão de que “a carga tributária que os pequenos empresários pagam é surreal”. Entretanto, a atividade informal costuma ser a saída para quem precisa empreender por necessidade.

“Quando se empreende por necessidade, é aquela coisa: não criei uma parada que daqui a cinco anos eu queira fazer; criei uma parada porque quero sobreviver a cada dia, e isso não me faz pensar daqui a um ano, quem dirá daqui a três. (...) A minha mudança de mentalidade faz total diferença se o meu negócio vai se desenvolver ou não”, declara a empreendedora.

Conheça a estudante da BRASA que participou da entrevista

Conduzida pela jornalista Juliana Rangel, a entrevista também conta com Luana Karl, estudante da BRASA. Saiba mais sobre ela.

Luana Karl – estudante de Jornalismo e Ciência Política na University of St. Thomas e analista de conteúdo da BRASA.

Assista à entrevista na íntegra e se inscreva no Canal UM BRASIL no YouTube.

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