Economia
20/10/2017Partidos políticos estão em xeque, diz Sergio Fausto
Superintendente executivo da Fundação Fernando Henrique Cardoso fala ao UM BRASIL sobre a crise da democracia representativa
“Os partidos não se abrem voluntariamente à renovação. Esse processo tem de ser uma briga”, afirma Fausto
(Foto/Christian Parente/TUTU)
“Atualmente, temos uma estrutura social muito mais complexa que no passado e que não encontra representação no sistema partidário como encontrava, pois os partidos clássicos da direita e da esquerda perderam espaço”, observa o superintendente executivo da Fundação Fernando Henrique Cardoso, Sergio Fausto. Em entrevista ao UM BRASIL, Fausto, que foi um dos principais assessores do governo brasileiro entre 1995 e 2002, fala de possibilidades de renovação da política no Brasil e no mundo.
Sob o risco da crescente descrença eleitoral e de uma “direita truculenta”, Fausto alerta que partidos políticos brasileiros precisam se abrir para novos movimentos cívicos. “Os partidos não se abrem voluntariamente à renovação. Esse processo tem de ser uma briga”, afirma Fausto.
Veja também:
“Temos de nos comportar como uma das dez maiores potências do mundo, não podemos subordinar nossos interesses”, afirma Hussein Kalout
“O Brasil é o mercado financeiro mais seguro do mundo, mas isso tem um custo”, diz Rodrigo Zeidan
Segundo ele, atualmente há uma crise da democracia representativa no mundo, principalmente naqueles países e regiões em que esta nasceu e se enraizou fortemente, como os Estados Unidos e o continente europeu. “Há a dimensão da representação: é uma crise política que tem a ver com o fato de que a sociedade, em grande medida, não se vê bem representada nas instituições clássicas da democracia representativa [partidos, congressos e parlamentos, por exemplo] tal como ela se desenvolveu a partir do século 19”, observa.
Para o cientista político, isso tem a ver com uma série de fatores, a começar pelo fato de que as sociedades se diversificaram muito. “A Europa no século 19 tinha uma estrutura de classes muito mais simples do que hoje – era um proletariado fabril grande, uma pequena burguesia urbana ligada ao comércio”, afirma. “Isso encontrava representação partidária claramente identificável, ou seja, classes representadas em partidos. A classe operária votava nos partidos social-democratas, por exemplo.”
Esse fenômeno da representação de classes em partidos se tornou muito mais complexo, explica o pesquisador. “Boa parte da classe operária virou ultraconservadora. A França é um exemplo típico: a antiga base social do comunismo passou a votar na extrema direita e a classe media se diversificou muito”, diz.
Acompanhe a entrevista completa:
Ao mencionar esta notícia, por favor referencie a mesma através desse link:
www.fecomercio.com.br/um-brasil/materias/partidos-politicos-estao-em-xeque-diz-sergio-fausto
Notícias relacionadas
-
Mercado
Projeções de vendas do Dia das Crianças estão em alta
Valor, que representa expansão em comparação ao mesmo período de 2023, reflete cenário econômico estável
-
Brasil
Crise habitacional exige planejamento e investimentos
BrasilElevação da Selic preocupa o Bacen com excesso de demanda
BrasilInflação, gastos e eleição dos EUA geram aumento da Selic
Recomendadas para você
-
Mercado
Ânimo dos empresários com vendas do final do ano cresce
Índice da FecomercioSP cresce pelo terceiro mês consecutivo, apontando aumento da confiança do Comércio
-
Modernização do Estado
Reunião Plenária: Maílson da Nóbrega analisa cenário global
Resiliência e capacidade para realizar reformas são fundamentais para o Brasil superar a instabilidade
-
Brasil
No Brasil, profissões ligadas à tecnologia cresce até 740% em dez anos
Estudo produzido pela FecomercioSP mostra impacto da digitalização da economia sobre o emprego
-
Modernização do Estado
FecomercioSP convoca empresariado para assinar a carta aberta
Em evento no Sescon-SP, Entidade reforça a relevância da modernização do Estado e apresenta medidas