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Negócios

Brasil precisa liderar para que Mercosul prospere, comentam palestrantes na FecomercioSP

Em seminário, autoridades ressaltaram que demais membros anseiam por maior abertura da economia brasileira ao comércio exterior

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Brasil precisa liderar para que Mercosul prospere, comentam palestrantes na FecomercioSP

Para o vice-presidente da FecomercioSP e presidente do Conselho de Relações Internacionais da Entidade, Rubens Medrano, a iniciativa privada deve participar das discussões sobre a integração regional 
(Foto: Rubens Chiri)

Por Eduardo Vasconcelos

Responsável por 80% do produto interno bruto (PIB) do Mercosul, o Brasil precisa liderar o bloco para que a união aduaneira prospere. Para assumir esse papel, contudo, o País deve abrir a sua economia, tendo em vista que o interesse da Argentina, do Paraguai e do Uruguai é aumentar as exportações para o mercado brasileiro. Esse é um resumo da discussão que norteou o evento “Comércio Intra-Mercosul”, realizada na sede da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), nesta quarta-feira (7).

O cônsul geral da Argentina, Luis Castillo, comentou que a possibilidade de um membro vetar um eventual acordo feito por um dos integrantes com um país que não pertence à união aduaneira se tornou um entrave para o bloco. Com isso, o Brasil fica impedido de fechar tratados bilaterais, o que prejudica o crescimento da maior economia do Mercosul. Segundo Castillo, para resolver esse arranjo, o País precisa abrir o seu mercado.

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“Por que fizemos uma união aduaneira? Porque os três países menores queriam entrar no mercado brasileiro. O Brasil tinha uma ideia diferente com o Mercosul, mais política”, comentou Castillo. “A saída para o bloco é o Brasil crescer 4% ao ano e estar disposto a tomar a liderança. Se o Brasil estivesse aberto, Uruguai e Paraguai não discutiriam eventuais negociações bilaterais com outros países. A Argentina não vai discutir, só quer que funcione. Mas, se o Brasil não lidera, o Mercosul não prospera”, completou.

Em sua fala, o cônsul geral da Argentina também ressaltou que, embora o Mercosul esteja em negociação com a União Europeia, o Canadá, a Coreia do Sul e Singapura, os países-membros precisam fazer reformas internas, além de ter políticas macroeconômicas coordenadas. Do contrário, eventuais acordos não serão solução para o bloco.

“O Tratado de Assunção [protocolo que deu origem ao Mercosul] prevê a coordenação de política macroeconômica. Para isso, as economias precisam estar estáveis e coordenadas. Mas, hoje, a Argentina trabalha com controle monetário, não mais com meta de inflação, regime que vigora no Brasil. A coordenação macroeconômica é imprescindível para o bloco”, salientou Castillo.

O embaixador do Uruguai no Brasil, Gustavo Vanerio Balbela, corroborou esse entendimento com um adendo: “Precisamos harmonizar as políticas regionais e setoriais, investir em infraestrutura nas fronteiras, melhorar o impacto da competitividade sobre toda a cadeia logística. Temos um atraso significativo de integração que pode custar um preço considerável e resultar em uma perda de espaço referencial no mundo”, alertou Balbela.

O vice-presidente da FecomercioSP e presidente do Conselho de Relações Internacionais da Entidade, Rubens Medrano, enfatizou que “ninguém está satisfeito com o Mercosul na atualidade” e que a iniciativa privada deve participar das discussões acerca da integração regional, não a deixando somente nas mãos dos governos. “Faz-se necessárias alterações substanciais do funcionamento do Mercosul em relação a barreiras tarifárias, convergência das normas aduaneiras, entendimento sobre regras de origem”, comentou.

Além disso, Medrano destacou o potencial do bloco e as vantagens que pode trazer para todos os membros. “Sozinho, um país pode ter algumas vantagens, mas muitas desvantagens. Em conjunto, acho que podemos alcançar objetivos que tragam oportunidades a todos. Uma coisa é certa: hoje, nenhum país pode se fechar em suas fronteiras, uma vez que está provado que aqueles que praticaram o multilateralismo cresceram e atingiram níveis de produtividade elevados. Não devemos renunciar ao Mercosul”, destacou.

Promovido pela Fecomercio Internacional, o evento teve o objetivo de discutir as perspectivas e oportunidades no contexto do Mercosul. Também foram apresentados cases empresariais que obtiveram sucesso dentro da união aduaneira. O seminário ainda contou com as presenças do adido comercial do Consulado do Paraguai em São Paulo, Sebastian Bogado; o presidente da Câmara de Comércio Argentino Brasileira, Federico Servideo; o diretor comercial da Santa Helena, Luis Bertella; a diretora comercial da Exel Cosméticos, Sabrina Viana; o CEO da Tea Connection, Ricardo Quiroz; o sócio-diretor da La Tregua, Juan Fontana; e o diretor comercial da MB Maquila, Roberto Dal Medico.

Veja as fotos do evento aqui.

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