Negócios
16/01/2019Copiada ilegalmente no exterior, marca brasileira de calçados se recupera com patente do produto
It Beach desenvolveu linha de sandálias injetadas com tecnologia antiestresse
It Beach trabalha com distribuidores nas vendas fora do Brasil
(Arte/Tutu)
Por Eduardo Vasconcelos
Para não concorrer e acabar sendo engolida por grandes empresas do setor de calçados, a marca brasileira It Beach investiu no desenvolvimento de tecnologia própria. O resultado disso foi a criação de uma linha de sandálias injetadas com tecnologia antiestresse, que logo chamou a atenção de parceiros para exportação. Antes de se aventurar em outros mercados, porém, a empresa patenteou o produto no Brasil, iniciativa que viria a ser fundamental para desmascarar cópias ilegais comercializadas na Europa.
A fundadora e diretora de criação da It Beach, Ana Luiza Almeida, conta que recebeu um convite para exportar as sandálias já na primeira feira de calçados que participou, mas recusou a oferta porque “não tinha estrutura nem sabia direito o que era exportação”.
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Assim, durante um período, os produtos foram vendidos somente em hotéis com os quais a marca havia feito parcerias. Contudo, uma avaliação sobre a sazonalidade do calçado fez a empresa repensar a possibilidade de vender parte do volume em outros países.
A primeira experiência fora do Brasil foi na Galeria Lafayette, loja de departamentos cuja principal unidade fica em Paris. O sucesso da operação animou a empresa, que decidiu trabalhar externamente com distribuidores.
A marca só não contava com um acontecimento inesperado. “Somos donos da marca, dos moldes e do desenvolvimento do produto, mas não os fabricamos. Naquele momento, eu não tinha a experiência profissional que tenho hoje, e acabamos sendo copiados pelos parceiros”, relata Ana Luiza.
Ela conta que só ficou sabendo da situação quando um empresário francês, o mesmo a quem havia negado firmar um negócio de exportação na primeira feira que participou, entrou em contato dizendo que tinha visto o produto na França com outra marca.
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“Ele me disse que viria ao Brasil e gostaria de conversar. Juntos, fomos a uma feira na França e conseguimos derrubar o produto copiado, mas precisei gastar muito dinheiro”, declara Ana Luiza. “O que ajudou nesse caso é que, como o desenvolvimento da sandália demandou muito esforço, tínhamos feito a patente no Brasil”, completa.
Passados quase 20 anos desde a criação da marca, a It Beach atualmente trabalha com distribuidores em suas operações externas e franquias no Brasil, contando com mais de 40 pontos de vendas.
De acordo com Ana Luiza, como o produto tem um valor mais elevado do que calçados de grandes marcas, a estratégia utilizada para impulsionar as vendas fora do País foi encontrar o nicho de mercado e ofertar pequenas quantidades.
“O pequeno empreendedor tem que estudar e não ter pressa, arrumar parceiros que se identifiquem com o seu produto, mas sem perder a personalidade. E, quando se é pequeno e tem um produto de valor agregado, pulverizar a produção para vários países. Então, a It Beach não vende grandes volumes fora do Brasil, vende pequenas quantidades em cada país em que encontrou seu nicho”, salienta.
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