Negócios
23/01/2019Empresa de exportação se consolida durante crise econômica brasileira
Unicacomex nasceu quando empresário decidiu trocar importações para vender produtos nacionais no exterior
Commodities, autopeças e cosméticos formam o tripé de exportação da Unicacomex
(Arte/Tutu)
Desde 1973 atuando na área de comércio exterior, o empresário Laercio Munhoz decidiu trocar as atividades de importação para entrar no ramo de exportação ao antever, em 2014, a crise que atingiria a economia brasileira nos anos seguintes. Segundo ele, como as vendas estavam minguando no País, a saída foi “fazer o óbvio”.
“Montei a Unicacomex com a minha esposa olhando para o que o Brasil mais exportava, que são commodities. Sabia que havia muitos leões nessa área, mas lá fora há muitos clientes. O que descobri foi que os leões não conseguem pegar todos”, comenta, sobre competir com empresas estabelecidos no setor.
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Munhoz conta que procurou a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para estruturar a empresa para o comércio exterior e que, enquanto estudava como entrar no ramo de commodities, deparou-se com uma oportunidade no segmento de cosméticos. O empreendedor notou que, entre a sofisticação do produto europeu e a simplicidade de marcas chinesas, havia demanda externa por linhas de qualidade moderada. Assim, passou a exportar cosméticos brasileiros para a América Latina e os países árabes.
“Hoje, consigo exportar remessas de até 150 quilos semanalmente. Meus clientes são salões de beleza, que demandam grandes quantidades”, pontua.
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De acordo com ele, visitar países vizinhos também o ajudou a entender as necessidades desses mercados. Logo, percebeu uma carência de bens industriais em muitos lugares que poderia ser suprimida pela produção brasileira. Com isso, a venda de autopeças formou, ao lado de commodities e cosméticos, o tripé de exportações da Unicacomex.
“Faço negócios com empresários que nem sonhavam em exportar. Procuro empresas que estão com dificuldade para vender no Brasil e explico que há como direcionar seus produtos para outros países”, salienta. “Acontece que quando uma empresa brasileira não consegue vender, ela caminha para um processo de falência. Mas não precisa ser assim, ela pode recorrer ao exterior, e é nessa parte que eu entro”, ressalta.