Negócios
15/08/2018Estrella Galicia se estabelece no Brasil com aumento do interesse por cerveja premium
Marca espanhola adaptou embalagens para vender em bares do País
Produto foi importado durante quatro anos antes de a empresa iniciar operações próprias no Brasil
(Arte/Tutu)
Por Eduardo Vasconcelos
Embora o mercado de bebida alcoólica no Brasil seja concentrado em poucas empresas que detêm diversas marcas, a Estrella Galicia encontrou um nicho em ascensão para se estabelecer e cair no gosto do brasileiro. Trazida ao País inicialmente como um produto importado pelo Grupo Pão de Açúcar, a marca espanhola de cerveja premium tem, hoje, operação própria e 1,5% das vendas gerais de cervejas.
O interesse em comerciar no Brasil motivou a Estrella Galicia a firmar uma parceria com o Pão de Açúcar e, durante quatro anos, as vendas da cerveja ficaram restritas aos mercados da rede. Em 2011, a cervejaria centenária, criada em 1906, abriu a filial brasileira. O diretor-geral da empresa no País, Fábio Rodrigues, conta que a marca encontrou uma oportunidade de entrar no mercado brasileiro ao perceber que o segmento premium não representava grande parte dos negócios das principais cervejarias em operação.
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“O segmento de cervejas premium está crescendo bastante e tem ajudado os negócios”, afirma Rodrigues. “Nosso objetivo é nos manter nesse ramo com diferenciais de produto e de embalagem, para que haja uma escolha pela nossa qualidade, e não por preço. No outro segmento [pilsen], mais concentrado, há uma briga grande por preço”, completa.
A empresa precisou adaptar o produto para ter sucesso no Brasil. Como a especialidade premium não é tão desenvolvida como na Europa, algumas práticas do segmento pilsen tiveram de ser replicadas. “Há formatos de embalagens que no Brasil são muito importantes e que não existem na Europa. Fizemos uma parceria com uma cervejaria nacional para ter a garrafa de 600 ml para vender em bares, onde esse tipo de produto é muito consumido aqui. Na Europa, não se usa essa garrafa”, explica Rodrigues.
O período em que a cerveja era encontrada em apenas uma rede de supermercados foi importante para que a empresa entendesse a logística das operações no Brasil, além das obrigações tributárias e fiscais, as quais, segundo Rodrigues, são “muito difíceis para um negócio estrangeiro”. “Conheço casos de empresas que desistem porque não conseguem entender o mecanismo tributário nacional”, comenta.
Os resultados obtidos no País têm surpreendido positivamente a marca espanhola. Parte disso se deve ao consumidor, comenta o diretor da empresa: “O brasileiro é apaixonado por coisas novas. Então, se você faz um bom trabalho de posicionamento de produto, o mercado reage rapidamente. Em outros países, a escolha do consumidor é mais resistente, é difícil as pessoas mudarem de marca. O Brasil é um dos poucos lugares em que as pessoas têm uma abertura para experimentar coisas novas”, frisa.
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