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Negócios

Estrella Galicia se estabelece no Brasil com aumento do interesse por cerveja premium

Marca espanhola adaptou embalagens para vender em bares do País

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Estrella Galicia se estabelece no Brasil com aumento do interesse por cerveja premium

Produto foi importado durante quatro anos antes de a empresa iniciar operações próprias no Brasil
(Arte/Tutu)

Por Eduardo Vasconcelos

Embora o mercado de bebida alcoólica no Brasil seja concentrado em poucas empresas que detêm diversas marcas, a Estrella Galicia encontrou um nicho em ascensão para se estabelecer e cair no gosto do brasileiro. Trazida ao País inicialmente como um produto importado pelo Grupo Pão de Açúcar, a marca espanhola de cerveja premium tem, hoje, operação própria e 1,5% das vendas gerais de cervejas.

O interesse em comerciar no Brasil motivou a Estrella Galicia a firmar uma parceria com o Pão de Açúcar e, durante quatro anos, as vendas da cerveja ficaram restritas aos mercados da rede. Em 2011, a cervejaria centenária, criada em 1906, abriu a filial brasileira. O diretor-geral da empresa no País, Fábio Rodrigues, conta que a marca encontrou uma oportunidade de entrar no mercado brasileiro ao perceber que o segmento premium não representava grande parte dos negócios das principais cervejarias em operação.

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“O segmento de cervejas premium está crescendo bastante e tem ajudado os negócios”, afirma Rodrigues. “Nosso objetivo é nos manter nesse ramo com diferenciais de produto e de embalagem, para que haja uma escolha pela nossa qualidade, e não por preço. No outro segmento [pilsen], mais concentrado, há uma briga grande por preço”, completa.

A empresa precisou adaptar o produto para ter sucesso no Brasil. Como a especialidade premium não é tão desenvolvida como na Europa, algumas práticas do segmento pilsen tiveram de ser replicadas. “Há formatos de embalagens que no Brasil são muito importantes e que não existem na Europa. Fizemos uma parceria com uma cervejaria nacional para ter a garrafa de 600 ml para vender em bares, onde esse tipo de produto é muito consumido aqui. Na Europa, não se usa essa garrafa”, explica Rodrigues.

O período em que a cerveja era encontrada em apenas uma rede de supermercados foi importante para que a empresa entendesse a logística das operações no Brasil, além das obrigações tributárias e fiscais, as quais, segundo Rodrigues, são “muito difíceis para um negócio estrangeiro”. “Conheço casos de empresas que desistem porque não conseguem entender o mecanismo tributário nacional”, comenta.

Os resultados obtidos no País têm surpreendido positivamente a marca espanhola. Parte disso se deve ao consumidor, comenta o diretor da empresa: “O brasileiro é apaixonado por coisas novas. Então, se você faz um bom trabalho de posicionamento de produto, o mercado reage rapidamente. Em outros países, a escolha do consumidor é mais resistente, é difícil as pessoas mudarem de marca. O Brasil é um dos poucos lugares em que as pessoas têm uma abertura para experimentar coisas novas”, frisa.

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