Negócios
26/08/2020Fuja dos erros mais comuns e se torne um MEI com muitas chances de sucesso
Ser um microempreendedor individual é boa alternativa para começar o próprio negócio no período de pandemia
Número de MEIs duplicou nos últimos anos; só em São Paulo, são 2,8 milhões
(Arte: TUTU)
Não demorou muito para que o País sentisse os efeitos da pandemia causada pelo covid-19, e o aumento do desemprego foi uma das graves consequências. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), entre os meses de março e julho, cerca de 1,4 milhão de postos de trabalho formal foram eliminados.
Apesar da economia fragilizada e das diversas dificuldades impostas pela crise, aproveitar este período para se tornar um Microempreendedor Individual (MEI) pode ser uma boa alternativa para começar o próprio negócio e gerar renda. De acordo com o Portal do Empreendedor, o número de MEIs duplicou, de 5 milhões para 10 milhões, nos últimos cinco anos – só em São Paulo, são 2,8 milhões.
Considerando o número expressivo de MEIs formalizados no País, a assessoria econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) elencou os erros mais comuns cometidos, mas que podem ser facilmente evitados, para quem estiver interessado em começar a empreender. Confira as orientações a seguir:
Desconhecer os critérios de enquadramento do MEI
Respeitar as condições gerais, como o limite de faturamento anual de R$ 81 mil; não ser sócio ou titular de outra empresa; contratar apenas um funcionário; e verificar se a atividade a ser exercida é permitida ao enquadramento do MEI e se a legislação municipal autoriza a realização no local escolhido. Além disso, é importante saber que aposentados por invalidez, quem recebe auxílio-doença ou seguro-desemprego pode ter o benefício cancelado após a formalização.
Aderir ao MEI sem um plano de negócios para a empresa
É essencial que o empreendedor disponha de um plano de negócios completo para a empresa no momento da formalização já que mesmo que não tenha realizado venda alguma, ele deverá cumprir todas as obrigações relativas ao MEI, como o pagamento das contribuições mensais e a entrega da Declaração Anual do Simples Nacional do MEI (DASN/Simei). O não cumprimento dessas obrigações incorre em multas e juros.
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Não separar despesas pessoais e despesas da empresa
Nunca misture as contas ou o patrimônio pessoal com os da empresa, pois além de influenciar negativamente os resultados do seu negócio, ações como essa indicam a falta de gestão financeira e afeta a confiabilidade das informações prestadas, interferindo diretamente em solicitações de empréstimos ou financiamento.
Falta de planejamento financeiro
Acompanhar o desempenho financeiro e ter controle sobre o fluxo de caixa e os níveis de estoque são essenciais para obter sucesso nos negócios.
Não planejar o crescimento da empresa
Com o receio dos impactos da maior carga tributária sobre o negócio e da necessidade de contratação de um contador, muitos MEIs ainda temem ultrapassar o limite de faturamento anual de R$ 81 mil – em média, R$ 6.750 por mês. Mas não há motivos para preocupação, já que o crescimento das receitas é um sinal de que os negócios vão bem. Para uma melhor transição de regime tributário, a dica da FecomercioSP é que o empresário faça uma reserva financeira mensal equivalente ao que ele pagaria quando estiver enquadrado no Simples. Por exemplo: suponha que a sua empresa fature R$ 6 mil por mês e que, no Simples, você pagaria uma alíquota de 6% sobre o faturamento. Então, já faça uma reserva mensal de R$ 360; assim, quando a sua empresa ultrapassar o teto de faturamento, você já terá os recursos para arcar com o aumento da carga tributária nos primeiros meses.
Não saber lidar com os erros
Os erros fazem parte de todo e qualquer processo, portanto, eventuais equívocos na condução do negócio são esperados, ainda mais se for a primeira experiência como empreendedor. Aqui, o mais importante é aprender e não desanimar perante as frustrações do início do negócio.
Não pagar as contribuições e não fazer as declarações
Além da entrega da Declaração Anual do Simples Nacional do MEI (DASN), o empreendedor também deve estar atento para fazer a declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) quando a parcela do lucro tributável ultrapassar o limite estabelecido pela Receita Federal. O não cumprimento das obrigações e o não pagamento da DAS-MEI geram multas e juros. O não pagamento das contribuições por 12 meses pode levar ao cancelamento do CNPJ. Vale ressaltar também que, diferentemente de outras modalidades empresariais, o MEI responde, de forma ilimitada, pelos atos da empresa, ou seja, caso a empresa tenha alguma dívida, o empreendedor pode responder com o patrimônio pessoal.
Opções de crédito
O Banco do Povo Paulista criou linhas de crédito especiais para ajudar o MEI e os micros e pequenos empresários neste momento de pandemia. Para os microempreendedores, a instituição financeira promete liberar empréstimos de até R$ 15 mil a juro zero, com prazo de 24 meses para quitação e até três meses de carência para o pagamento da primeira parcela.
Também é possível simular o custo de empréstimos nos sites das principais fintechs do País, sem que seja necessário inserir informações empresariais e realização de cadastro. Entretanto, é importante saber que as condições de crédito e as taxas de juros efetivas serão decididas pelas empresas de crédito de acordo com o volume de faturamento do negócio, as parcelas a pagar, os fiadores, o setor, entre outros.
Clique aqui e conheça o Expresso MEI, uma publicação da FecomercioSP voltada especialmente aos microempreendedores individuais.