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05/03/2014Inflação recua para 0,52% em janeiro na Grande São Paulo
A redução dos preços na categoria de vestuário, de 0,23%, contribuiu para a desaceleração do indicador no mês passado
São Paulo, 06 de março de 2014 - A inflação na região metropolitana de São Paulo (RMSP) iniciou o ano com desaceleração ao subir 0,52% mês passado, bem abaixo do resultado de dezembro - de 0,90% - e ligeiramente menor que a taxa apurada em janeiro de 2013 (de 0,96%). Os números fazem parte do Custo de Vida por Classe Social (CVCS), divulgado mensamente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Nos últimos 12 meses, o indicador, composto pelo Índice de Preços do Varejo (IPV) e pelo Índice de Preços de Serviços (IPS), acumulou alta de 5,38%.
Contribuíram para a desaceleração do CVCS em janeiro de 2014 a queda de preços registrada entre itens de vestuário (-0,23%), a relativa estabilidade no segmento de transporte (-0,01%) e a manutenção dos preços em comunicação (sem variação), bem como aumentos de menor intensidade em educação (0,26%), habitação (0,53%), saúde (0,54%) e artigos do lar (0,68%). Por outro lado, pressionaram significativamente as elevações registradas nas categorias de alimentação e bebidas (0,85%) e despesas pessoais (2,78%), que representaram juntas quase dois terços de todo o aumento do indicador no mês (63%). Apesar disso, de acordo com a Federação, os resultados para janeiro indicam cenário um pouco mais confortável em termos de inflação neste começo de ano.
Entre as classes socioeconômicas, a mais baixa (classe E) foi a que sofreu o maior impacto da alta de preços no período. A inflação para essa parcela da população chegou a 0,57%, com forte participação do segmento de despesas pessoais. As classes A e B, que registraram taxa próxima da média geral - com 0,53% -, também sofreram influência do aumento dos preços de despesas pessoais. Já as classes C e D foram as menos prejudicadas no primeiro mês de 2014, com taxas de inflação de 0,50% e de 0,51%, respectivamente.
IPV
O Índice de Preços do Varejo (IPV) subiu 0,87% em janeiro, menor que os 0,90% registrados no mês anterior e o porcentual apurado em janeiro de 2013, de 1,29%. Em 12 meses, a elevação do indicador atingiu 5,71%, patamar esse que segue, desde o começo do ano passado, acima do verificado ao longo de 2012.
Para a FecomercioSP, o aumento dos alimentos, em 1,25%, deve ser considerado como justificativa importante no quadro, especialmente por sua representatividade na composição do índice. Outra categoria que pressionou o IPV para cima foi a de transportes, com alta de 0,80%. Em contrapartida, ajudaram a conter um crescimento ainda maior os segmentos de vestuário (-0,23%), de saúde e cuidados pessoais (0,21%) e de habitação (0,21%).
IPS
A pressão inflacionária ainda presente no varejo, conforme demonstram os números do IPV, não é percebida no setor de serviços. Em janeiro, o Índice de Preços de Serviços (IPS) na RMSP foi de 0,15%, bem abaixo da constatada em dezembro, com alta de 0,91%, e do porcentual apurado em janeiro de 2013, quando houve elevação de 0,60%. Em doze meses, o índice sofreu aumento de 6,19%.
Os segmentos que mais forçaram a alta do IPS foram habitação (0,63%), com elevação de taxas de água e esgoto, de aluguéis residenciais e de condomínios; saúde e cuidados pessoais (0,98%); e despesas pessoais (1,07%). Pelo lado contrário, a categoria transportes segurou um crescimento maior do índice (-1,45%).
Metodologia
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços e o IPV, 181 produtos de consumo.
As faixas de renda variam de acordo com os ganhos familiares: até R$ 976,58 (E); de R$ 976,59 a R$ 1.464,87 (D); de R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33 (C); de R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23 (B); e acima de R$ 12.207,24 (A). Esses valores foram atualizados pelo IPCA de janeiro de 2012. Para cada uma das cinco faixas de renda acompanhadas, os indicadores de preços resultam da soma das variações de preço de cada item, ponderadas de acordo com a participação desses produtos e serviços sobre o orçamento familiar.
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