São Paulo, 06 de janeiro de 2015 – A intenção de consumo das famílias paulistanas caiu novamente, e o último mês do ano fecha com 108,7 pontos, recuo de 0,4% em relação a novembro. Na comparação com dezembro de 2013, a retração foi de 13,3%. Essa é a menor pontuação para o mês de dezembro desde 2009, quando o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) começou a ser medido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (FecomercioSP).

Na análise por faixa de renda, o grupo das famílias com ganhos abaixo de dez salários mínimos apresentou estabilidade e permaneceu com 110,9 pontos. Contudo, na comparação anual, houve queda de 13%. No grupo das famílias com renda superior a dez salários mínimos, o índice registrou variação negativa de 1,6% e atingiu 102,1 pontos. No comparativo anual, a intenção de consumo caiu 14,2%.

A queda do ICF foi puxada principalmente pela diminuição no item Perspectiva de consumo, que retraiu 4,2% e ficou com 100,6 pontos. Esta pontuação de indiferença (100 pontos) indica que praticamente o mesmo número de famílias declarou que devem ampliar o nível de consumo, nos próximos meses, e que a intenção de consumo deve ser menos, em relação ao ano passado. Contribuiu para baixa do ICF os indicadores Emprego atual (125,3 pontos) e Perspectiva profissional (118 pontos), que registraram retrações de 1,4% e de 1,1% respectivamente.

Em contrapartida, o item Nível de consumo atual subiu 0,8%, chegando a 83,8 pontos, porém, ainda permanece na zona do pessimismo. É o 23º mês consecutivo em que as famílias dizem estar comprando menos do que em relação ao ano passado.  A pesquisa mostra ainda que o item Momento para duráveis teve alta de 2,5%, ao passar de 82,3 pontos para 84,3 pontos; entretanto, na comparação anual, o indicador ficou 23,4% mais baixo. Com esse resultado as famílias sinalizam que, por enquanto, é um mau momento para aquisição de bens como casas, automóveis e eletrodomésticos.

Os únicos itens que registraram altas e permaneceram com resultados positivos em dezembro foram Renda atual e Acesso a crédito. O primeiro teve 0,4% de crescimento e ficou com 122 pontos. Já o indicador que mede a intenção de acesso ao crédito subiu 1% e fechou o mês com 126,6 pontos.

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, a inflação do grupo de Alimentos e bebidas e a alta dos juros ao consumidor foram os principais responsáveis pela queda na intenção de consumo das famílias no mês de dezembro. Ligado a esses dois fatores está a estabilidade na injeção do 13º salário em relação a 2013 e uma maior dedicação das famílias na quitação de dívidas antigas.

Nota metodológica
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurada mensalmente pela FecomercioSP desde agosto de 2009, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: Emprego atual; Perspectiva profissional; Renda atual; Acesso ao crédito; Nível de consumo atual; Perspectiva de consumo; e Momento para duráveis. O índice vai de zero a 200 pontos, no qual abaixo de cem pontos é considerado insatisfatório e acima de cem pontos é denotado como satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, tornando possível, a partir do ponto de vista dos consumidores e não por uso de modelos econométricos, ser uma ferramenta poderosa para o varejo, para os fabricantes, para as consultorias e para as instituições financeiras.