Economia
31/10/2017“Não há dúvidas de que a recessão ficou para trás”, diz Meirelles na FecomercioSP
Ministro aponta que varejo está em recuperação e defende a Reforma da Previdência para frear o déficit público
Em evento na FecomercioSP, Henrique Meirelles diz que, sem Reforma da Previdência, governo terá de aumentar impostos
(Foto: Rubens Chiri/Tutu)
Por Eduardo Vasconcelos
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) recebeu, nesta segunda-feira (30), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em sua reunião mensal de diretores. Na ocasião, o ministro discorreu sobre a conjuntura da economia brasileira, ressaltando que as recuperações da atividade econômica e da geração de empregos já se materializam no comércio varejista.
De acordo com o ministro, de janeiro a agosto deste ano, as vendas no comércio cresceram 5,3%. No mesmo período do ano passado, o setor registrou queda de 4,1%. Além disso, no primeiro semestre de 2016, 110 mil vagas foram eliminadas no setor. De janeiro a junho deste ano, 20 mil postos de trabalho com carteira assinada foram criados no varejo.
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“No primeiro trimestre deste ano, o crescimento da economia estava concentrado na agricultura. Do segundo em diante, praticamente se dispersou por diversos ramos. O varejo ilustra bem essa melhora”, afirmou Meirelles. “Gostaria de dizer que não há dúvidas de que a recessão ficou para trás”, completou.
Em sua fala, o ministro também defendeu a agenda de reformas para tornar a economia mais produtiva e sanar o problema do déficit público. Nesse sentido, Meirelles apontou que a despesa primária do governo federal (que não inclui o pagamento de juros da dívida pública) passou de 10,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 1991 para 19,9% no ano passado.
Para frear o avanço dos gastos, Meirelles disse que o governo precisa mudar a Constituição e aprovar a Reforma da Previdência, cujo déficit crescente exerce impacto significativo sobre as contas públicas. “Se não reformarmos a Previdência, teremos que aumentar cada vez mais impostos para sustentar os aposentados”, afirmou o ministro.
Questionado sobre a Reforma Tributária, Meirelles concordou que a carga de impostos no País já é elevada e disse que, mesmo assim, a arrecadação não dá conta dos gastos públicos. No momento, o ministro descartou reformular o Imposto de Renda e ressaltou que o governo trabalha para diminuir a despesa pública.
Na abertura do evento, o presidente da FecomercioSP, Abram Szajman, entregou ao ministro um documento com a visão dos empresários dos setores de comércio e serviços sobre a conjuntura da economia brasileira. Szajman também apontou os desafios do atual governo para recuperar a economia nacional e demonstrou o apoio da Entidade com a agenda de reformas, além de ressaltar que o empresariado não tem mais condições de lidar com possíveis novos aumentos de impostos.
“O ministro pode contar com a nossa ajuda e o nosso apoio no Congresso Nacional para a aprovação das medidas que são de interesse do Brasil”, afirmou o presidente da FecomercioSP.
O evento contou com a presença de presidentes e diretores dos mais de 150 sindicatos patronais da capital e do interior filiados à FecomercioSP.
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