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20/03/2014Paulistanos ficam menos confiantes sobre os rumos da economia em março
Indicador da FecomercioSP que mede a confiança dos moradores da capital paulista cai 7,8% em um mês e atinge pior nível desde janeiro de 2009
São Paulo, 21 de março de 2014 – A deterioração da percepção dos paulistanos para o momento econômico atual e em relação às perspectivas futuras fez com que houvesse, em março, abrupta queda do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Após ligeira alta de 3,5% entre janeiro e fevereiro, o indicador retomou trajetória de declínio em março, com redução de 7,8% em relação ao mês anterior, chegando aos 125,8 pontos em uma escala de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total). Comparados com os 160 pontos registrados em março de 2013, o recuo foi ainda maior, de 21,4%. A marca é a pior desde janeiro de 2009, quando ficou em 125,2 pontos.
Para a assessoria econômica da Entidade, o leve crescimento em fevereiro pode ser analisado como um breve “suspiro” ou uma mera pausa na trajetória negativa do índice. O resultado de março evidencia uma elevação no nível de apreensão do consumidor impactado, sobretudo pelo aumento das taxas de juros para linhas de crédito e manutenção da inflação em patamares altos, comprometendo a renda. Ainda de acordo com os economistas da FecomercioSP, estaria instalada sobre os paulistanos a incerteza em relação ao crescimento da economia brasileira.
O movimento de retração foi constatado em todas as segmentações (renda, gênero e faixa etária), nas comparações mensal e anual. Os principais recuos, de fevereiro para março, foram entre os paulistanos com renda de até dez salários mínimos (-10,4%), entre as mulheres (-9,3%) e entre as pessoas com 35 anos ou mais (-8,7%). No caso das variações apuradas no ano (março de 2013 para março de 2014), houve certa homogeneidade, destacando-se os porcentuais constatados também entre as mulheres (-23,5%), entre quem ganha a partir de dez salários mínimos (-23,1%) e entre paulistanos com menos de 35 anos (-22,1%).
Na composição do ICC, tanto o Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) quanto o Índice de Expectativas do Consumidor (IEC) registraram quedas significativas nos comparativos mensal e anual. O primeiro, que avalia o sentimento das pessoas para a situação corrente, chegou a 132,4 pontos em março, após os 142,6 pontos no mês anterior, ambos bem abaixo dos 155,6 pontos verificados em março de 2013. O outro subindicador, que capta a perspectiva futura, obteve movimento mais negativo, caindo de 132,2 pontos em fevereiro para 121,4 pontos em março. No mesmo mês do ano anterior, o IEC estava em 162,8 pontos.
Metodologia
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados de aproximadamente 2,1 mil consumidores do município de São Paulo. O objetivo da pesquisa é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura.
Os dados são segmentados por nível de renda, sexo e idade. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, apresenta-se em: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.
A metodologia do ICC foi desenvolvida com base no Consumer Confidence Index, índice norte-americano que surgiu em 1950 na Universidade de Michigan. No início da década de 1990, a equipe econômica da FecomercioSP adaptou a metodologia da pesquisa norte-americana à realidade brasileira. Atualmente, o índice da Federação é usado como referência nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), responsável pela definição da taxa de juros no País, a exemplo do que ocorre com o aproveitamento do CCI pelo Banco Central.
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