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18/11/2014Produtos como peixe e tomate encarecem custo de vida do paulistano em outubro
São Paulo, 19 de novembro de 2014 - O custo de vida do paulistano subiu 0,43% em outubro, aponta o Índice de Custo de Vida por Classe Social (CVCS) em pesquisa realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Apesar de ser inferior ao registrado no mês anterior, quando o aumento apurado foi de 0,63%, o indicador revela acréscimo de 4,85% nos preços médios em 2014 e de 6,27% nos últimos 12 meses.
Dos nove grupos de itens pesquisados, a alta em outubro com relação ao mês de setembro foi puxada principalmente por alimentação e bebidas, que encerrou o mês com variação positiva de 0,56% (diante do aumento de 1,39% visto em setembro). Apesar da significativa desaceleração no contraponto com setembro, o grupo ainda impactou de forma relevante o resultado geral do indicador e reúne a maior variação no acumulado dos últimos 12 meses dentre todos os grupos avaliados: 9,44%. Outro segmento que colaborou para o aumento do índice foi habitação, com elevação de 0,68%. Em setembro, o grupo havia registrado alta de 0,38%. Os dois grupos (alimentação e bebidas e habitação) chegam a representar cerca de 40% de todo o índice geral, tendo em vista o alto grau de relevância desses itens no orçamento das famílias.
Em outubro, apenas um grupo encerrou o mês com variação negativa: artigos do lar (-0,59%). Já os preços de comunicação e educação se mantiveram estáveis (0%). Ambos os grupos contribuíram para que o aumento do CVCS no mês não fosse maior. Contudo, a participação dessas atividades no orçamento das famílias não ultrapassa 15%.
Com relação às faixas de renda, as classes que mais sentiram o aumento do custo de vida foram a A (0,48%) – sobretudo pelo aumento dos transportes (0,73%), que representa 25% do orçamento das famílias dessa classe – e a E (0,44%). Já as menos afetadas foram a B (0,40%) e a C (0,42%).
A pesquisa da FecomercioSP analisa, separadamente, a alta de preços de produtos por meio do Índice de Preços do Varejo (IPV), e de serviços por meio do Índice de Preços de Serviços (IPS). Os preços dos produtos tiveram aumento de 0,36%, com relação ao mês anterior, impulsionado principalmente pelo grupo alimentação e bebidas, com elevação de 0,71%. Os destaques ficaram por conta do aumento dos preços dos seguintes itens: peixe merluza (11,19%), tomate (10,20%), uva (9,55%), laranja-pera (4,77%), banana-d’água (4,09%), abacaxi (4,03%) e carne de porco (3,97%). Os grupos vestuário (1,01%), transportes (0,21%) e saúde e cuidados pessoais (0,31%) também apresentaram alta significativa no IPV.
No índice que avalia os preços dos serviços, o aumento em outubro foi de 0,50%, com destaque para habitação (0,87%) e transportes (0,77%). Em habitação, as maiores contribuições vieram da alta em taxa de água e esgoto (1,28%) e energia elétrica residencial (1,52%). Já em transportes, as maiores altas se comparadas ao período anterior foram notadas em seguro voluntário de veículo (2,11%), conserto de automóvel (1,40%) e lubrificação e lavagem (1,48%).
De acordo com análise da FecomercioSP, o cenário atual demonstra que os preços dos serviços se mantêm mais pressionados do que os dos produtos. Dessa forma, a alta dos preços dos serviços tende a afetar mais as famílias de renda elevada, que consomem mais serviços do que produtos.
Metodologia
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços e o IPV, 181 produtos de consumo.
As faixas de renda variam de acordo com os ganhos familiares: até R$ 976,58 (E); de R$ 976,59 a R$ 1.464,87 (D); de R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33 (C); de R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23 (B); e acima de R$ 12.207,24 (A). Esses valores foram atualizados pelo IPCA de janeiro de 2012. Para cada uma das cinco faixas de renda acompanhadas, os indicadores de preços resultam da soma das variações de preço de cada item, ponderadas de acordo com a participação desses produtos e serviços sobre o orçamento familiar.
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