Economia
29/06/2022Satisfação dos empresários da capital paulista com a adequação dos estoques apresenta queda em junho
Transtornos da falta de insumos e matéria-prima persistem; inflação dos custos impacta a reposição de produtos no comércio
Inflação dos custos também pode ter impactado a reposição dos produtos, contribuindo para a percepção negativa
(Arte: TUTU)
A percepção do empresariado do comércio quanto ao nível de adequação dos estoques decresceu na capital paulista. Em junho, o Índice de Estoques (IE) – indicador da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que mede a avaliação dos(as) empresários(as) em relação à adequação da estocagem, caiu 3,8% – de 122,9 pontos, em maio, para os atuais 118,3. A escala de avaliação do IE vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, inadequação e adequação total. Na comparação anual, houve alta de 17,3%.
A proporção dos comerciantes que consideravam a situação do estoque adequada recuou 2,2 pontos porcentuais (p.p.), chegando a 58,9%. Embora tenha continuado superior em comparação aos que indicavam inadequação (40,7%) – após os avanços observados em abril e maio –, chama a atenção a menor satisfação do comércio em relação ao IE. Aparentemente, esta avaliação foi resultado dos transtornos remanescentes do desabastecimento por falta de insumos e de matérias-primas, que ainda está influenciando toda a cadeia logística.
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Além disso, a inflação dos custos também pode ter impactado a reposição dos produtos, contribuindo, assim, para a percepção negativa. No sexto mês do ano, do total dos que consideravam os estoques inadequados, 14,3% indicavam estocagem abaixo do desejado (ou seja, há necessidade de recomposições). O valor representa uma alta de 2,1 p.p. na comparação mensal. Já os que relatavam que a situação estava inadequada para cima do desejado (o desempenho das vendas estava pior que o previsto) eram 26,4% (aumento de 0,3 p.p).
A inflação cria um cenário desafiador para os comerciantes, prejudicando a reposição dos estoques e impactando as margens de lucro das empresas, pois leva os consumidores a buscar mais itens essenciais e produtos que ofereçam melhor relação entre custo e benefício. Por outro lado, o arrefecimento do quadro pandêmico e os resultados melhores do que o previsto em relação à economia afetaram positivamente o humor da classe empresarial. Prova disso é o aumento do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) pelo terceiro mês seguido.
O ICEC obteve alta de 2,1%, atingindo 120 pontos. Em comparação a junho do ano passado, o indicador registrou alta de 32,4%. A variável que mede as condições atuais do empresariado (ICAEC) cresceu 3%, atingindo 103,4 pontos. O IEEC, que mensura as perspectivas futuras, subiu 0,4% (146 pontos). Por fim, o IIEC, que avalia o índice de investimento, subiu 3,5%, chegando a 110,5 pontos. Na base de comparação anual, os três quesitos indicaram crescimento: o primeiro avançou 83,7%; o segundo, 11,3%; e o terceiro, 31%.
Apesar dos resultados, a contração do consumo – graças à deterioração das condições financeiras das famílias – e os juros elevados preocupam, já que são as variáveis, somadas ao cenário político, que mais causam incertezas na economia.
Índice de Expansão do Comércio
O IEC avançou 4,1% e registrou 121,9 pontos. Em relação ao mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 38%. O índice que mede as Expectativas para Contratação de Funcionários subiu 5%, chegando a 137,2 pontos. Já o Nível de Investimento das Empresas registrou alta de 2,9%, obtendo 106,5 pontos. Na comparação interanual, os dois quesitos apontaram crescimento: 21,2% e 67,9%, respectivamente.
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