Notamos que você possui
um ad-blocker ativo!

Para acessar todo o conteúdo dessa página (imagens, infográficos, tabelas), por favor, sugerimos que desabilite o recurso.

Economia

“Se deixarmos a política com os piores, nunca haverá melhora no nível ético de um país”

O ganhador do Prêmio Nobel da Literatura Mario Vargas Llosa fala sobre a participação dos jovens na política e debate democracia

Ajustar texto A+A-

“Se deixarmos a política com os piores, nunca haverá melhora no nível ético de um país”

"Há um protesto contra a corrupção, contra o abuso de poder para enriquecimento político. Isso é saudável para um país", disse o escritor e jornalista Mario Vargas Lhosa.
(Rubens Chiri/Agência TUTU)

A destituição de um presidente é um fato histórico, principalmente em um país com as potencialidades do Brasil. Em momentos de crise, o escritor peruano e ganhador do Pêmio Nobel da Literatura Mario Vargas Llosa defende o otimismo e diz que a liberdade é fator primordial na construção de novos caminhos para a democracia. “Há um protesto contra a corrupção, contra o abuso de poder para enriquecimento político. Isso é saudável para um país, principalmente se a consequência for uma democracia purificada”.

Para Llosa, a política ainda é vista, principalmente pelas novas gerações, com desprezo, como uma atividade não generosa, idealista e construtiva. “Ela não atrai os melhores. Na América Latina, em geral, os jovens mais brilhantes e talentosos preferem se dedicar a trabalhos técnicos ou liberais, porque veem a vida pública com muita desconfiança”.

Durante entrevista à plataforma UM BRASIL, o escritor enfatizou a importância da participação ativa dos cidadãos na vida política. “Se a deixarmos com os piores, ela nunca terá uma melhora no nível intelectual, científico e ético”.

Com a política sempre presente no enredo de suas histórias, Llosa, que também é jornalista, contou que viveu uma ditadura severa e repressiva, o que contribuiu para uma vida pública ativa. “Os escritores da minha geração estavam muito motivados a participar de debates e contribuir para mudanças. Hoje, os intelectuais não sentem essa necessidade”.

O escritor defendeu ainda a quebra de alguns paradigmas, como a de uma sociedade perfeita. “Isso não existe. Ela pode ser perfectível, corrigir defeitos, progredir dentro de uma busca por melhores opções. Essa é a cultura democrática. E os países que fizerem disso sua cultura são os que prosperarão e conseguirão uma melhor qualidade de vida”.

Veja abaixo a entrevista completa.

Fechar (X)