Data vem ganhando destaque no segmento por ajudar a alavancar as vendas fora de períodos já tradicionalmente bons
(Arte/TUTU)

O Dia do Consumidor, celebrado no próximo dia 15 de março, deve ser mais positivo para o comércio eletrônico brasileiro neste ano. Segundo previsão da Ebit, o faturamento do setor na data deve avançar 18% em relação ao ano anterior, passando de R$ 224 milhões para R$ 265 milhões. Também deve crescer o número de pedidos, subindo de 562.714 para 562.830, e o tíquete médio das compras, aumentando de R$ 398 para R$ 470.

A previsão é baseada em pesquisa on-line feita com mais de 3 mil consumidores entre 10 e 16 de fevereiro. O Dia do Consumidor Brasil no varejo eletrônico é celebrado na quarta-feira mais próxima do dia 15 de março. A flutuação da data se dá porque quando o Buscapé idealizou a data, quis facilitar aspectos operacionais do varejo, como recursos humanos, logística e propensão às compras por parte dos consumidores. Nesse caso, a melhor opção seria sempre às quartas-feiras.

Segundo o CEO da Ebit e presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Pedro Guasti, alguns fatores justificam as perspectivas de alta. “O número de consumidores que vieram para o e-commerce no ano passado, que é superior ao visto um ano antes, o aumento, mesmo que pequeno, da confiança na melhora da economia, e a compra de produtos com preços maiores - principalmente smartphones, TVs e eletrodomésticos, são fatores que somados aumentam o tíquete médio e ajudam na expectativa de aumento no faturamento”, explica. Os consumidores também podem aproveitar os recursos extras vindos dos saques de contas inativas do FGTS, que começaram em 10 de março.

Outra indicação da boa perspectiva para as vendas na ocasião é que 33% pretendem fazer compras on-line no próximo dia 15 de março. O número é 9 p.p. maior do que o registrado em 2016, quando 24% disseram que iriam adquirir algum produto. Entre os itens que deverão ter mais saída estão os eletrônicos, eletrodomésticos, informática, telefonia e celulares, e cosméticos, perfumaria e cuidados pessoais.

Para as lojas virtuais que estão com margem de lucro maior em determinada linha de produtos e quiserem, por conta própria, aproveitar a data para fazer uma promoção de última hora, a dica é reforçar a divulgação via e-mail marketing e dentro do próprio site, diz Guasti. “Se eventualmente tiver êxito nessa estratégia, o empresário deve apenas tomar cuidado para que as vendas não sobrecarreguem a logística e o atendimento”, alerta o especialista, destacando que o ideal é se preparar com bastante antecedência para ações promocionais que envolvem datas específicas.

Cenário
Como a Black Friday, o Dia do Consumidor tem ganhado destaque no comércio eletrônico brasileiro por ajudar a alavancar as vendas fora de períodos já tradicionalmente bons para o segmento, como o Natal, Dia das Mães e do Dia dos Namorados. Em 2016, a data apresentou um volume superior em 100% a um dia normal de vendas.

Os dados constam da 35ª edição do Webshoppers, estudo sobre o comércio eletrônico brasileiro da Ebit. Segundo o levantamento, o setor faturou R$ 44,4 bilhões, apresentando expansão nominal de 7,4% em 2016 na comparação com o ano anterior.

Entre os motivos que justificam o bom desempenho das vendas em um ano de crise estão os preços oferecidos pelo varejo eletrônico, que continuaram sendo menores do que os do varejo físico, e a ampliação do mercado de smartphones, que trouxe nova gama de e-consumidores – mais de 21% das transações on-line foram realizadas por meio de dispositivos móveis em 2016. Para 2017, a expectativa é de um ano de crescimento nominal mais forte, de 12%.

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