Notamos que você possui
um ad-blocker ativo!

Para acessar todo o conteúdo dessa página (imagens, infográficos, tabelas), por favor, sugerimos que desabilite o recurso.

Economia

Fim do financiamento privado de campanhas muda perfil de candidatos eleitos

George Avelino, da FGV, e Daniel Hidalgo, do MIT, analisam temas pertinentes ao financiamento, como a transparência em torno da movimentação e distribuição de dinheiro nas campanhas

Ajustar texto: A+A-

Fim do financiamento privado de campanhas muda perfil de candidatos eleitos

Debate aprofundou pautas como a transparência em torno da movimentação e distribuição de dinheiro nas campanhas
(Foto: Christian Parente)

O Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu em 2015 o financiamento eleitoral proveniente de fontes privadas, pondo um fim à relação entre partidos políticos e empresas doadoras. Após essa mudança, o sistema está passando por transformações que vão desde a redução das disparidades entre as candidaturas até a mudança no perfil dos políticos tradicionalmente eleitos. Essa é a avaliação feita por especialistas durante debate no canal UM BRASIL.

O professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e coordenador do Centro de Política e Economia do Setor Público (Cepesp), George Avelino, e o professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) Daniel Hidalgo repercutem no debate o estudo “O poder do dinheiro nas campanhas eleitorais”, realizado pela FGV e pela Fundação Brava.

Avelino explica que a competição em nosso sistema eleitoral é muito restrita, mas a mudança no modo como as campanhas são financiadas trouxe uma melhora nesse aspecto, uma vez que a influência do dinheiro de origem privada não tem sido mais tão decisiva.

Veja também:
Tudo no Brasil depende do Estado: de fantasia de Carnaval a empresa de telefonia
Oposição não tem poder de veto sobre a Reforma da Previdência, diz Maílson da Nóbrega
Democracia brasileira sofre processo lento de degradação

Ele enfatiza que os candidatos tradicionais foram os que mais perderam com isso, isto é, homens brancos, com mais educação formal e facilidade de acesso aos recursos oriundos das empresas financiadoras. Ele aponta que, até então, esses eram os elementos que facilitavam o acesso a esses recursos privados e, consequentemente, tornavam o candidato mais acessível ao eleitorado.

Já Hidalgo avalia que essa mudança no financiamento trouxe um equilíbrio muito importante para a democracia, uma vez que, no sistema anterior, boa parte dos recursos se concentrava nas mãos de poucos atores. Ele diz que uma questão importante para o debate é como o dinheiro público está sendo distribuído aos candidatos e como essa decisão está sendo tomada nos partidos.

“Atualmente, não há muita transparência na maneira como os líderes dos partidos decidem a quantia que cada candidato recebe. Dado que hoje em dia grande parte desse dinheiro vem dos eleitores, a transparência na tomada de decisões é essencial tanto para os candidatos quanto para os eleitores”, pondera.

Sobre a participação das mulheres após essa mudança no STF, Avelino explica que a mudança na legislação eleitoral teve um efeito positivo. “De um modo geral, eu diria que uma mulher, hoje, tem mais chances de se eleger do que no passado. Considerando a disponibilidade de recursos, a competição é mais equilibrada, mas ainda há uma enorme desigualdade, de modo geral”, explica.

Essa entrevista foi destaque nesta sexta-feira (21) na Folha de S.Paulo. Veja aqui.

Confira o debate na íntegra!

portal__733__charge-debatecampanhaeleitoral

 

Fechar (X)