Economia
24/01/2020Infraestrutura precária gera custo operacional imenso para setor privado, diz CEO do Grupo Martins
Em entrevista ao UM BRASIL, Flávio Martins avalia ambiente para reformas e peso da infraestrutura brasileira
“O que gastamos de recursos para garantir que a carga chegue ao destino é uma coisa absurda”, comenta Flávio Martins
(Foto: Christian Parente)
O setor privado tem apostado fortemente na retomada de um crescimento mais vigoroso da economia brasileira tendo como base a série de reformas que tomaram a agenda dos governos nos últimos anos, como a Trabalhista, a Fiscal, a Previdenciária e a que está no centro das atenções do Legislativo atualmente, a Tributária.
Na visão do CEO do Grupo Martins Atacado e Distribuidor, Flávio Martins, esse caminho reformista que tem ditado a pauta do Legislativo e do Executivo está correto. “No setor privado, nós sempre achamos que a velocidade pode ser um pouco maior. Mas essas reformas têm dado resultado. A Reforma Trabalhista, ainda com muito para melhorar, já melhorou bastante. A Reforma Tributária também é muito importante. A complexidade tributária, o que gastamos de dinheiro para pagar corretamente todos os tributos, é surreal se comparado a empresas internacionais”, avalia.
Em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, Martins comentou algumas estratégias para que o Brasil se posicione de maneira mais forte nas reformas, de modo a garantir resultados práticos para o dia a dia das empresas. “Quando começarmos a colher os frutos das reformas, viveremos em um país completamente diferente e melhor”, afirma, em conversa com o jornalista Jaime Spitzcovsky.
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Nessa entrevista, Martins também avalia que a atual conjuntura da infraestrutura nacional é um peso grande para o setor privado. “Nós, do Grupo Martins, temos esse privilégio de conhecer as nossas rodovias. Posso afirmar que estão muito ruins. Isso traz um custo de operação terrível. O que gastamos de recursos aqui com manutenção de frota e para garantir que a carga chegue ao destino é uma coisa absurda, não existe em outros países. No fim das contas, quem paga por isso é o consumidor final”, ressalta.
“Já escutei várias consultorias avaliando que o atual déficit em infraestrutura e logística no Brasil é de mais de R$ 1 trilhão, em todas as dimensões: portos, aeroportos, rodovias, terminais rodoviários e ferroviários e logísticas fluvial e marítima. Nossa logística, comparada à dos Estados Unidos, é o que eles tinham na década de 1930”, diz.
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