Negócios
12/07/2021Pequenos negócios pagam a conta da crise de energia, afirma Adriano Pires
Sócio-fundador do Centro Brasileiro de Infra Estrutura defende criação de matriz energética mais diversa para reduzir dependência das hidrelétricas

Adriano Pires diz que crise de energia vai impedir crescimento econômico robusto
(Divulgação)
Por ter construído uma “matriz energética muito refém do clima”, o Brasil vive entre “sobressaltos e pesadelos” no que diz respeito à geração e distribuição de energia. Diante do risco de crise, as respostas costumam ser as mesmas: racionamento e elevação de tarifas. Portanto, segundo o sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Adriano Pires, não há dúvidas de que são os consumidores residenciais e as pequenas empresas que pagam a conta da crise de energia.
Em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, Pires afirma que a matriz energética brasileira é pouco confiável, uma vez que ainda é bastante dependente de usinas hidrelétricas. Com isso, acrescenta dizendo que a recuperação econômica em meio à pandemia pode ser sabotada pelo baixo nível dos reservatórios.
“Só não tivemos crise de energia ainda porque a economia brasileira não cresce há dez anos”, pontua o economista. “Há dez anos, a economia cresce a uma taxa inferior a 1%, e o consumo de energia está ligado ao crescimento econômico”, complementa.
Confira mais entrevistas do UM BRASIL
Fragilidades no sistema político impedem avanços de reformas no Brasil, diz jornalista da “The Economist”
Ficar no meio de Estados Unidos e China é o maior desafio da história do Brasil
Economia circular permite uso eficiente de recursos escassos nos processos produtivos
De acordo com Pires, o País deveria diversificar a matriz energética, investindo em fontes térmicas, nucleares e renováveis, diminuindo, assim, a dependência das chuvas.
“A crise de energia vai impedir o crescimento de 5% [neste ano] por duas razões: a primeira, se faltar energia, vai ser um caos; a segunda, e já está dada, a tarifa é muito cara. A tarifa de energia elétrica vai ser a grande vilã da inflação deste ano e do próximo”, avalia.
O economista, cuja carreira inclui atuação na Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), afirma que, sob o risco de escassez elétrica, “a primeira coisa que acontece é o racionamento via preço”. Sendo assim, quem paga a conta da estrutura energética dependente das chuvas é o consumidor.
“Em particular, o consumidor cativo. Quem é? O residencial, o pequeno comércio e a pequena indústria. O grande consumidor vai para o mercado livre, em que negocia o quanto vai pagar”, explica.
Pires também alega que a tarifa de energia é cara em razão da carga tributária elevada, o que, segundo ele, deveria ser revisto em uma eventual Reforma Tributária.
“Não é justo que, em um país como o Brasil, metade da conta de energia ser imposto. Energia elétrica traz qualidade e dignidade de vida. Por isso, no Brasil, há muita inadimplência e roubo de energia”, afirma. “A sociedade tem de cobrar do Congresso Nacional e do governo um planejamento adequado para não viver pesadelos constantes de falta de energia, que acaba, no fim do dia, elevando as tarifas”, frisa.
Assista na íntegra! Inscreva-se no canal UM BRASIL.
Ao mencionar esta notícia, por favor referencie a mesma através desse link:
www.fecomercio.com.br/um-brasil/materias/pequenos-negocios-pagam-a-conta-da-crise-de-energia-afirma-adriano-pires
Notícias relacionadas
-
Empreendedorismo
Oito dicas infalíveis para impulsionar os negócios
Veja como transformar a “Black Friday do 1º semestre” em um grande sucesso
-
Turismo
Retomada da exigência de vistos do governo preocupa
EmpreendedorismoVai empreender? Escolha o modelo de negócio ideal: próprio ou franquia
InternacionalFederação pleiteia medidas de abertura comercial
Recomendadas para você
-
Varejo
Incerteza fiscal, inflação e juros elevados reduzem as expectativas do empresariado
Confiança dos comerciantes em relação à economia atingem menor nível desde maio de 2021
-
Turismo
Fim dos recursos do Perse e outros pontos de atenção para o Turismo
A reintrodução da exigência de vistos para turistas dos EUA, Canadá e Austrália também poderá desestimular os visitantes
-
Varejo
Black Friday, mercado de trabalho aquecido e aumento de renda estimulam as vendas do varejo paulista em novembro
Faturamento do setor cresceu 11,1% em relação ao mesmo período de 2023, puxado pelos segmentos de vestuário e farmácias
-
Inovação
Startups atraem investidores com tecnologia de ponta e inovações
É vantajoso investir nesses negócios, já que são os principais responsáveis pelas inovações no mercado