Economia
28/09/2018Sistema educacional precisa preparar os jovens para as profissões do futuro, diz Charles Fadel
Professor de Harvard comenta que ensino ainda está preso a modelo criado após a Revolução Industrial

Para Charles Fadel, a velocidade do avanço tecnológico permite perceber que alguns dispositivos em uso são transitórios
(Arte/Tutu)
O avanço tecnológico cria e destrói profissões. Com isso, os jovens deveriam ser preparados, pelo sistema educacional, para as oportunidades do futuro, e não para a oferta atual de empregos. Essa é a avaliação do professor da Escola de Educação de Harvard e fundador do Center For Curriculum Redesign, Charles Fadel.
Em entrevista ao UM BRASIL, em parceria com a Somos Educação, Fadel salienta que as mudanças tecnológicas estão acontecendo em uma velocidade nunca vista. Contudo, as escolas ainda seguem o modelo criado após a Revolução Industrial.
“O que é ensinado é parcialmente relevante. Deveríamos ensinar finanças pessoais, empreendedorismo”, afirma o professor, que também é presidente do Comitê de Educação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “O empreendedorismo é, de fato, a profissão do futuro. Precisamos nos guiar pelas oportunidades, e não pela oferta de empregos de hoje, pois não sabemos onde eles estarão no futuro”, completa.
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Fadel ressalta que a inteligência artificial caminha para assumir atividades que requerem desde pouco a até mesmo elevado nível técnico, como a condução de um caminhão e o diagnóstico de câncer, respectivamente. Dessa forma, algumas tecnologias com as quais temos contato hoje já podem ser vistas como transitórias, como a substituição do motorista de aplicativo por carros autônomos.
“A tecnologia está impactando muitas profissões e tarefas, e não estamos bem preparados para entender como lidar com isso”, avalia.
Ele também reitera que o avanço tecnológico criará profissões que ainda não imaginamos. Há uma década, por exemplo, não se pensava em atividades como as de operador de drones ou cientista de dados.
“Mudanças são sempre difíceis para nós humanos. Mas o que está acontecendo agora é diferente. É o ritmo, a velocidade da mudança. Com tudo interconectado, uma mudança acontece em um lugar do planeta e reverbera como uma onda em todo o mundo. Isso amplifica a complexidade do que temos que enfrentar”, destaca.
Confira a entrevista na íntegra a seguir:
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