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Economia

Superação da pobreza ultrapassa transferência de renda e demanda mais sensibilidade e proximidade por parte do Estado

Economista destaca que a pobreza tem causas diferentes dentro do ambiente familiar e dá sugestões do que poderia ser feito

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Superação da pobreza ultrapassa transferência de renda e demanda mais sensibilidade e proximidade por parte do Estado
“A ideia é ter um agente que entenda e retire o impedimento da pobreza com o que o governo tem a oferecer a essa família" (Imagem: Divulgação)

A despeito do comprometimento para erradicar a pobreza no Brasil, o esforço não tem surtido efeito para a redução da desigualdade. A opinião é de Laura Muller Machado, economista e professora no Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), nesta quinta e última gravação da série comemorativa de 500 entrevistas do Canal UM BRASIL – uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

“Existe diferença entre aliviar e superar a pobreza. O alívio é a primeira etapa para que a pobreza seja superada. Contudo, a autonomia destas pessoas envolve um trabalho mais delicado e de proximidade do Estado, algo que vá além da transferência de renda”, explica Laura.

Na conversa com Mônica Sodré, a economista destaca que a pobreza tem causas diferentes dentro do ambiente familiar e dá sugestões do que poderia ser feito caso o Brasil tivesse um projeto como o Puentes, um programa chileno integrado com o objetivo de combater a extrema pobreza e a exclusão social.

Laura ainda explica que a pobreza pode estar presente numa família formada por uma mãe que não pode trabalhar porque os filhos não têm acesso a creche, ou em um lar onde os cuidados em período integral que um idoso exige impossibilitam o responsável de gerar renda. Entretanto, ela ressalta que ainda há muitos outros motivos, como a demanda por requalificação profissional para o retorno ao mercado de trabalho.

“A ideia é ter um agente que entenda e retire o impedimento da pobreza com o que o governo tem a oferecer a essa família. Quando o serviço para essa retirada não estiver disponível, que esse agente faça a solicitação de abertura de um novo serviço público”, destaca Laura, que ainda critica: “Temos formas e tecnologia para identificar e encontrar esta população. O Estado tem de ser ativo, e não passivo, e ir atrás de quem são essas pessoas e socorrê-las primeiro.”

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