Economia
30/11/2018“Tempo para fazer Reforma da Previdência de natureza preventiva está acabando”, afirma Marcelo Caetano
Secretário de Previdência do Ministério da Fazenda enfatiza que sistema atual contribui para a desigualdade social do País

Reforma da Previdência é uma questão de Estado, destaca Marcelo Caetano
(Foto: Christian Parente)
Sem possibilidade de alterar a Constituição neste ano em função da intervenção militar no Estado do Rio de Janeiro, a proposta de Reforma da Previdência segue estagnada enquanto o quadro previdenciário se agrava. De acordo com o secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Abi-Ramia Caetano, se quiser evitar alterações drásticas nos benefícios de aposentadoria e pensão, o Brasil não pode protelar demais uma revisão em seu sistema previdenciário.
“Se não fizermos nada, o problema só se agravará, e a reforma, lá na frente, quando vier a ser feita, terá que ser muito mais dura, radical e intensa, de modo a compensar o que deixou de ser feito no passado”, afirma, em entrevista ao UM BRASIL, realizada em parceria com o Centro de Liderança Pública (CLP). “Nós ainda temos tempo de fazer uma reforma de natureza preventiva, mas esse tempo está passando”, completa.
Veja também
Sistema tributário brasileiro precisa de novo modelo e transição gradual, diz Bernard Appy
“Reformar a Previdência Social ou dar calote na dívida: essa é a escolha”, afirma Paulo Tafner
“Não podemos gastar mais que aquilo que temos capacidade de arrecadar”, diz Felipe Salto
Caetano explica que o objetivo da reforma se resume a “manter a Previdência, para que as pessoas no futuro consigam garantir o recebimento de suas aposentadorias e pensões”. Além disso, as alterações visam a corrigir dois problemas do sistema brasileiro: o tratamento desigual conforme a categoria profissional e a possibilidade de se aposentar sem idade mínima.
“Já estamos atrasados [para reformar a Previdência]. Ocorre que, independentemente de ter a reforma ou não, os déficits previdenciários existem e tendem a crescer muito com o passar do tempo em decorrência do processo de envelhecimento da população brasileira, e ainda mantemos um sistema que reproduz desigualdades”, pontua Caetano.
O secretário salienta que o déficit previdenciário já atingiu um patamar considerável. Ele cita que, em 2017, o rombo do INSS somado ao do sistema de aposentadoria dos servidores públicos do governo federal foi maior do que o valor de mercado da Petrobras. “Se vendesse a Petrobras inteira, incluindo a parte dos acionistas privados, seria um valor insuficiente para pagar o déficit da Previdência no ano passado”, frisa.
Para que a reforma prospere, Caetano destaca a necessidade de se fazer “uma boa comunicação” com a população, uma vez que “é muito comum que grupos que sejam afetados acabem construindo narrativas que não são verdadeiras” sobre o assunto.
“A agenda previdenciária é prioritária. Independe de uma questão partidária, se é uma preferência política por uma linha A, B ou C. É uma questão de país, uma questão de Estado, uma questão de nação”, assevera.
A entrevista faz parte da série “Brasil, ponto de partida?”, produzida com base no estudo Visão Brasil 2030, que traça um diagnóstico detalhado da situação atual do País e das aspirações coletadas ao longo da construção do trabalho, com o objetivo de estabelecer uma estratégia de longo prazo para que o Brasil se torne uma nação desenvolvida.
Confira a seguir na íntegra:
Ao mencionar esta notícia, por favor referencie a mesma através desse link:
www.fecomercio.com.br/um-brasil/materias/tempo-para-fazer-reforma-da-previdencia-de-natureza-preventiva-esta-acabando-afirma-marcelo-caetano
Notícias relacionadas
-
Pesquisas
Dia dos Namorados deve alavancar vendas de roupas e calçados em SP
Projeção da FecomercioSP é que, em junho, segmento cresça 18,5% na comparação anual
-
Pesquisas
Inflação do turismo acumula alta de 41% em um ano
Pesquisas"Ponto a Ponto": visão do mercado e condições do consumidor
PesquisasGeração de emprego no comércio paulista recua 56% no primeiro semestre
Recomendadas para você
-
Pesquisas
Em abril, emprego no comércio paulista avança e registra o melhor desempenho desde no
Nos serviços, número de vagas cresceu quase 200% na comparação anual
-
Pesquisas
Varejo paulista bate recorde no primeiro trimestre e tem alta de 10,3% nas vendas
Setor faturou R$ 252,5 bilhões, alta foi a maior para o período desde 2010
-
Pesquisas
Comércio registra maior faturamento da série histórica
Nível das vendas varejistas no quadrimestre já supera em 23% o acumulado nos quatro primeiros meses de 2019
-
Pesquisas
Endividamento atinge 75,4% dos lares e alcança novo recorde na capital paulista
Diante da inflação, famílias recorrem ao crédito para manter o consumo