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Economia

Economia atual atinge patamares semelhantes aos de era Collor

Crescimento econômico atingiu pior média anual desde os anos 1990

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Economia atual atinge patamares semelhantes aos de era Collor

Por Fabíola Perez

Após uma década de crescimento econômico, os brasileiros voltaram a uma crise. A taxa de desemprego aumentou e dados recentes mostram que o crescimento econômico durante o primeiro governo da presidente Dilma Rousseff atingiu média anual de 2,1%, a pior desde a gestão de Fernando Collor de Mello, em 1990, quando o produto interno bruto (PIB) teve média de 1,7%.

Em março deste ano, manifestantes foram às ruas pedindo o fim da corrupção e até mesmo o impeachment da presidente. “Existe uma semelhança entre os dois períodos no que se refere à natureza política, ambos os governos atingiram altos níveis de ingovernabilidade”, diz o economista do Insper, Otto Nogami.

Mas, segundo ele, economicamente os dois períodos têm características e medidas para enfrentar a crise diferentes. “Naquela época, a origem do problema estava no confisco da poupança que abalou os brasileiros e, hoje, as pessoas sofrem os efeitos de uma política fiscal contracionista”, explica.

A comparação entre os governos Dilma e Collor ganhou força quando as pressões de grupos que pediam o impeachment da presidente se intensificaram. Com a crise, o dólar em alta e a inflação batendo recordes, o clima de instabilidade e a falta de credibilidade assolaram os primeiros dias do atual governo. A partir disso, a polêmica em torno da possibilidade da renúncia de Dilma passou a ser amplamente discutida com base em denúncias de desvios de dinheiro público investigadas pela Operação Lava Jato.

Já em setembro de 1992, o primeiro presidente eleito por voto direto após o regime militar enfrentou a maior mobilização popular desde a campanha das Diretas Já, que culminou na renúncia de Collor.

Plano Collor                        

Um dia após a posse, Collor anunciou o plano Brasil Novo, o “Plano Collor”. A principal medida foi o confisco da poupança. “Foi uma crise muito séria, sem precedentes, todo o capital político angariado pelo primeiro presidente eleito depois do regime militar se esvaiu em consequência de um plano econômico agressivo”, afirma o professor de Economia da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP), Heron do Carmo.

No governo atual, o ajuste fiscal é apontado por resgatar medidas impopulares e causar prejuízos aos trabalhadores. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou a meta que resultará em corte de gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento e benefícios sociais, entre outras medidas.

Cenário recessivo

Números revelam que se gastou do Orçamento Geral da União de 2013 cerca de 40% com o pagamento de juros e amortização da dívida. A dificuldade para governar existiu, segundo o especialista, em ambos os governos, mas a atual dívida interna é o principal responsável pelo baixo crescimento da atividade econômica. “A recessão será pelo menos até o fim de 2016”, prevê o economista da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), José Nicolau Pompeo.

Confira a reportagem na íntegra, publicada na edição nº 32 da revista Conselhos.

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