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Economia

Mercado imobiliário enfrenta tempos difíceis com a retração econômica

Setor acredita que a volta do crescimento é questão de tempo, tendo em vista o alto déficit habitacional no Brasil

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Mercado imobiliário enfrenta tempos difíceis com a retração econômica

Roberta Prescott

O fim de um ciclo de crescimento, que teve auge entre 2010 e 2012, ocorre junto com a retração da economia. Desde o ano passado o mercado imobiliário desacelerou. Mas o cenário deve ser passageiro. O elevado déficit habitacional no Brasil aponta que ainda há espaço para crescimento.

Contudo, a confiança das pessoas em fazer investimentos de longo prazo é uma das peças-chave para a retomada desse mercado. Porém, com o cenário econômico desafiador, as famílias tendem a segurar as decisões de compra de alto valor. 

Em 2014, o déficit habitacional era de aproximadamente cinco milhões de domicílios, segundo o estudo “Políticas Permanentes de Habitação”, produzido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Até 2024, estima-se que sejam formadas no Brasil 16,8 milhões de novas famílias. “Precisamos produzir mais de um milhão de residências por ano pelos próximos dez anos para suprir o déficit”, destaca o presidente em exercício do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP), Flavio Amary.

Pé no freio                        

Com o quadro houve redução de postos de trabalho na construção. Segundo o Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), a construção civil demitiu mais de 90 mil trabalhadores neste ano. “Em 2011, os lançamentos das 12 companhias de capital aberto somaram R$ 43 bilhões. No ano passado, essas mesmas empresas lançaram R$ 20,3 bilhões”, diz o vice-presidente executivo da Associação Brasileira das Incorporadoras (Abrainc), Renato Ventura.

Dados do Secovi-SP mostram que, em março de 2015, o volume de unidades lançadas foi 11,4% menor em comparação com o do mês de fevereiro, e em relação ao mesmo mês do ano anterior, a retração foi de 72,3%.

Também houve queda no Índice de Confiança da Construção (ICST), publicado pela FGV. O recuo foi de 5,1% entre abril e maio. O resultado sucede uma queda de 7,8%, em março. “Além das famílias, que estão sofrendo com a elevação das taxas de juros, as empresas também estão reportando aumento da dificuldade de acesso ao crédito, o que afeta as possibilidades de recuperação do setor”, comenta a coordenadora de projetos da construção da FGV/Ibre, Ana Maria Castelo.

Perspectivas

A expectativa de alguns analistas é que, após os anúncios das últimas medidas de incentivo ao crédito, o mercado ganhe fôlego e mostre sinais de recuperação. “O setor é cíclico e estamos em um período de ajustes. Existe demanda, ela continua presente, mas o comprador é impactado pela situação geral da economia, e a decisão de compra se dá de forma mais lenta”, diz Renato Ventura, da Abrainc, entidade que congrega as incorporadoras.

Em 2014, o setor imobiliário reduziu seu ritmo de crescimento e as empresas passaram a trabalhar mais para entregar as obras já vendidas do que em lançamentos. Segundo levantamento da Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências (Amspa), no primeiro trimestre deste ano, houve 312 queixas contra construtoras em decorrência da incorreção do valor devolvido no distrato do contrato.

Este ano começou mostrando um acirramento de uma crise, e a perspectiva é que a atividade continue se retraindo. No entanto, existe uma demanda em potencial que não pode ser descartada.

Confira a reportagem completa, publicada na edição nº 32 da revista Conselhos.

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