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Negócios

Sem previsão de comércio aquecido, Campinas recebe Portugal e Nigéria

Presença dos jogadores e proximidade com a cidade de São Paulo deverá intensificar a movimentação de turistas na região, mas previsão otimista foi reduzida

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Sem previsão de comércio aquecido, Campinas recebe Portugal e Nigéria

Das 32 seleções que disputarão a Copa do Mundo de futebol no Brasil, 15 equipes escolheram o Estado de São Paulo para hospedar e treinar seus jogadores durante a disputa, que vai de 12 de junho a 13 de julho. O governo paulista espera 1,2 milhão de turistas no Estado durante o mundial, sendo 300 mil estrangeiros. Santos, na Baixada Santista, e Campinas são as duas cidades paulistas que receberão mais seleções, duas equipes cada município. Santos receberá as seleções da Costa Rica e do México e, Campinas, acolherá as equipes de Portugal e da Nigéria.

Uma das vantagens de Campinas é a proximidade do Aeroporto de Viracopos, o que reduziria os deslocamentos terrestres. Mas, segundo estimativa do Departamento Municipal de Turismo da Campinas, cerca de 40 mil torcedores brasileiros e estrangeiros devem passar pela cidade no período, um número que é a metade do esperado no início do ano para este evento. Nem a presença de celebridades, como Cristiano Ronaldo, atacante do Real Madrid e capitão da seleção de Portugal, ou a estrela em ascensão da Nigéria, o também atacante Emmanuel Emenike, do Fernebahce (Turquia), alavancou, como foi previsto, o movimento na cidade.

No início de maio, o número disponível de leitos em hotéis e pousadas de Campinas era de 4 mil vagas. Apesar da queda na estimativa do número de visitantes, a ocupação na rede hoteleira deve ficar em torno de 60%, índice acima do registrado normalmente nesta época do ano (20%). “Mas ainda não vimos muitos turistas por aqui”, relata Sanae Saito, presidente do Sindivarejista de Campinas e região, acrescentando que a chegada dos turistas deve se intensificar nos próximos dias, conforme as datas dos jogos se aproximam.

As poucos, diante da chegada dos turistas nacionais e estrangeiros, as previsões de crescimento da economia local estão sendo ajustadas. Em março, a Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC) apontava um faturamento do comércio de R$ 400 milhões no período, entre os setores de serviços, hoteleiro e turismo. Agora, dois meses depois, a previsão foi reduzida para R$ 300 milhões, sendo metade em lojas e serviços. A cifra é menos da metade esperada em janeiro, quando a associação calculava que a Copa do Mundo movimentaria R$ 800 milhões.

Faltou planejamento, avalia Duarte

Na avaliação do presidente do Conselho de Desenvolvimento Local da FecomercioSP, Jorge Duarte, o fato do País e das cidades-sede do Mundial  não terem planejado projetos de desenvolvimento e, em muitos casos os investimentos em infraestrutura deixam a desejar, impedirão o “tal legado da Copa”. Ele destaca que o bom exemplo de Londres, que sediou os últimos Jogos Olímpicos, não foi seguido. “Quando se definiu que a cidade receberia as Olimpíadas de 2012, foi feito um planejamento para vinte anos. Por oito anos, a meta foi a realização de obras assumidas para os Jogos e depois, para cada ano, havia um plano para dar sustentabilidade ao empreendimento”.

Duarte lembra que, hoje, a região que abrigou as competições olímpicas realizadas em Londres, conta com uma estação internacional de trens, integrada às estações de metrô e rodoviária, que chegam em dois grandes centros comerciais. “E, nos equipamentos esportivos se desenvolvem eventos que foram planejados muitos anos antes, os apartamentos estão sendo vendidos, enfim, a região está prosperando e mantendo a circulação de turistas que reconhecem no lugar estrutura para comprar, dormir, passear e comer, elementos básicos para atrair novos turistas e novos consumidores”, afirma Duarte. “Pelo lado do comerciante também não observamos movimentos significativos ou inovações para chamar a atenção das pessoas. Diria que desta vez as expectativas não estão sendo frustradas por acaso, mas por falta de planejamento e visão de futuro instalado na nossa cultura”, completa.

Momento para divulgar a cultura

Por enquanto, quem mais deve lucrar com a Copa são os lojistas que comercializam TVs. Estimativa da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) aponta que serão vendidas por volta de 16 milhões de TVs neste ano. Ainda de acordo com a Eletros, entre janeiro e março os fabricantes venderam aos varejistas 4,34 milhões de aparelhos, número 50,38% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.  “As vendas no comércio relacionadas à Copa do Mundo se resumem principalmente na comercialização mais intensa de TVs. Lojas que estão vendendo camisetas e acessórios temáticos, por exemplo, ainda não sentiram melhora significativa nas vendas”, acrescenta a presidente do Sindivarejista.

Segundo Sanae, porém, o turista que vier ao Brasil atraído pela Copa do Mundo terá uma boa acolhida dos comerciantes brasileiros. “Somos muito receptivos, é um diferencial nosso. E somos muito versáteis também, procuramos entender o cliente, mesmo que ele fale outra língua”, diz.  Na análise de Sanae, a maior presença dos turistas na região, ainda que menor do que o esperado, é uma boa oportunidade para o comércio da região ajudar na divulgação da cultura local,  por meio da realização de eventos e atividades no Sesc de Campinas, por exemplo.


Confira abaixo a lista de todas as seleções que ficarão hospedadas em cidades paulistas:

Argélia: Sorocaba (SP)
Bélgica: Mogi das Cruzes (SP)
Bósnia e Herzegovina: Guarujá (SP)
Costa do Marfim: Águas de Lindoia (SP)
Colômbia: Cotia (SP)
Costa Rica: Santos (SP)
Estados Unidos: São Paulo (SP)
França: Ribeirão Preto (SP)
Honduras: Porto Feliz (SP)
Irã: Guarulhos (SP)
Japão: Itu (SP)
México: Santos (SP)
Nigéria: Campinas (SP)
Portugal: Campinas (SP)
Rússia: Itu (SP)

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