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Imprensa

Situação de estoques do comércio melhora em março

Após registrar acentuada queda em fevereiro e atingir o menor nível desde o início da série histórica, indicador da FecomercioSP volta a subir

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São Paulo, 24 de março de 2014 - Comerciantes afirmam ter melhorado, em março, a situação dos estoques do varejo na região metropolitana de São Paulo (RMSP). É o que revela o Índice de Estoques, apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que atingiu a marca de 116,7 pontos, em uma escala de zero (inadequação total) a 200 (adequação total).
 
Em relação a fevereiro, quando o indicador havia registrado o menor nível histórico desde junho de 2011, com 109,5 pontos, houve crescimento de 6,6%. Na comparação com os 111,9 pontos registrados em março de 2013, também foi constatada uma elevação, porém, em menor porcentual, de 4,4%. Os números denotam, segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, a capacidade de adaptação dos empresários, apesar das dificuldades. O quadro, no entanto, mantém acesa a "luz amarela" para o mercado no início de ano.
 
A queda da proporção de entrevistados que apontavam ter produtos abaixo da necessidade, de 16,8% do total em fevereiro para 14,9% em março, contribuiu significativamente para uma melhora na sensação de adequação dos estoques. Também caiu, mas com menos intensidade, o porcentual de empresários que avaliavam excesso de mercadorias estocadas, de 27,6% do total para 26%, em idêntico período.
 
O comportamento mês a mês do índice de estoques no primeiro trimestre de 2014 destoa do que foi verificado em iguais períodos de passado recente. Enquanto neste ano constatou-se piora de adequação de janeiro (121,7 pontos) para fevereiro (109,5 pontos) e melhora entre fevereiro e março (116,7 pontos), aconteceu o oposto disso - ou seja, o indicador avançou e depois recuou - nos dois anos anteriores. Em 2013 o índice foi de 113,0 pontos em janeiro, de 115,1 pontos em fevereiro e de 111,9 pontos em março. Já há dois anos, ele variou de 128,7 pontos, seguido de 134,9 pontos e 121,7 pontos. De acordo com FecomercioSP, não são claras as hipóteses para esse movimento contraditório. Por outro lado, é evidente que a base comparativa vem sendo deprimida desde o segundo semestre do ano passado.
 
Para a assessoria econômica da Federação, os resultados positivos devem ser contextualizados justamente pelo fato de que essa recuperação se deu com base em uma redução de empresas com pouco estoque, o que em parte pode ser apenas efeito da desaceleração. O cenário atual não é propício para grande otimismo. Isso porque não existem motivos que apontem para ampliação abrupta das vendas do varejo após dois meses ruins (janeiro e fevereiro). Outro fato relevante e digno de atenção é a eliminação de mais de12 mil vagas de trabalho no varejo, pior resultado para o mês de janeiro dos últimos seis anos. Os efeitos do fraco desempenho da economia sobre o emprego e o consumo estariam começando a serem sentidos. 
 
Nota metodológica
O Índice de Estoques é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários do comércio nos municípios que compõem a região metropolitana de São Paulo. O indicador vai de zero a 200 pontos, representando, respectivamente, inadequação total e adequação total. Em análise interna dos números do índice, é possível identificar percepção dos pesquisados relacionada à inadequação de estoques para "acima" (quando há a sensação de excesso de mercadorias) e para "abaixo" (em casos de os empresários avaliarem falta de itens disponíveis para suprir a demanda em curto prazo).
 

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