Economia
15/06/2016Varejo paulista volta a cair e encerra março com faturamento 2,6% menor que em 2015
Segundo a Federação, comércio varejista atingiu R$ 46,2 bilhões em receita real, R$ 1,2 bilhão inferior ao registrado em março de 2015

As lojas de eletrodomésticos e eletrônicos estão entre as que registraram maior queda (- 20,5%)
(Arte TUTU)
Após o resultado positivo visto em fevereiro, o comércio varejista do Estado de São Paulo voltou a cair em março e atingiu o faturamento real de R$ 46,2 bilhões, queda de 2,6% em relação ao mesmo mês de 2015, quando faturou 47,4 bilhões. No acumulado de 12 meses, a retração foi ainda mais acentuada (6%).
Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).
Apesar da queda no faturamento do varejo estadual, apenas seis das 16 regiões analisadas pela Federação apresentaram retração em março, na comparação com o mesmo mês de 2015. Os dois piores desempenhos foram observados nas regiões de Osasco (-18,8%) e ABCD (-3,8%). Já as regiões do Litoral (7,8%) e Marília (6,7%) foram as melhores do Estado.
Das nove atividades pesquisadas, seis registraram queda nas vendas em março, com destaque para: lojas de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-20,5%), materiais de construção (-15,0%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (-10,2%) e concessionárias de veículos (-7,5%), que juntas pressionaram negativamente o resultado geral com 4,6 pontos porcentuais (p.p.).
Entretanto, os setores de farmácias e perfumarias (9,5%), supermercados (6,7%) e lojas de autopeças e acessórios (1,0%) apresentaram crescimento no período e amenizaram a queda geral em 2,7 p.p.
Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, o desempenho varejista parece ter retomado seu ciclo recessivo dentro dos mesmos padrões que vem sendo notados desde 2014, com quedas agudas e sucessivas nos bens duráveis, pelo receio de comprometimento da renda já deteriorada dos consumidores. Os resultados positivos continuam sendo vistos apenas em segmentos de bens essenciais, não fortes o suficiente para evitar as quedas no conjunto geral do varejo paulista.
Expectativa
De acordo com a FecomercioSP, o conjunto de ajustes internos que estão sendo promovidos pela nova equipe econômica do governo Temer ainda necessita de um período longo para mostrar resultados positivos, embora se conte com a possibilidade de reversão mais rápida das expectativas, como já notada na melhoria das projeções coletadas pelo Banco Central no Boletim Focus.
Portanto, a melhoria de expectativas só deverá se reverter em resultados a partir do final deste ano, o que indica que o varejo mais uma vez tende a mostrar índices negativos em 2016. As projeções atuais da FecomercioSP, em seu modelo de estimativa, indicam um primeiro semestre com queda de 4% e um ano fechando com redução de 5% em seu faturamento real em comparação a 2015.
Varejo paulistano
O comércio varejista da capital paulista registrou queda de 3,3% em março, na comparação com o mesmo mês de 2015 e fechou o período com faturamento real de R$ 14,3 bilhões. O resultado é inferior à média estadual e representa encolhimento de R$ 481 milhões na receita, comparando com a obtida em março do ano passado.
Seis das nove atividades analisadas apresentaram queda na comparação com o mesmo mês de 2015, com destaque para materiais de construção (-17,1%), lojas de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-13,4%) e lojas de móveis e decoração (-12,9%). No total, esses três segmentos impactaram negativamente com 2,4 pontos porcentuais no resultado geral.
Por outro lado, três atividades cresceram no período e evitaram um resultado pior , com destaque para farmácias e perfumarias (10,4%), supermercados (5,3%) e as lojas de vestuário, tecidos e calçados (0,8%).
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, em março, o varejo paulistano sofreu com os impactos da instabilidade político-econômica e da sensação de incertezas que envolveram toda a sociedade. As notícias de fechamento não apenas de vagas formais, com aumento forte no desemprego, como também de lojas, expuseram a gravidade do momento para o comércio e toda a apreensão e fragilidade do poder de compra da população.
Com novos fatos e definições no cenário político, há expectativa que as incertezas venham a se dissipar, em médio prazo, e abrir espaço para uma recuperação gradual da confiança dos consumidores, o que, para a Entidade, pode ser essencial para uma reversão do grave ciclo negativo que atinge o varejo, não apenas paulistano, como nacional.
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