Economia
11/12/2020Independentemente de presidentes, relação dos setores privados do Brasil e dos Estados Unidos seguirá sólida
Ao UM BRASIL, internacionalista Thiago de Aragão avalia que País não está entre as prioridades do próximo chefe de Estado norte-americano
"Brasil não é uma das dez ou 15 prioridades de Biden no mundo", pontua Aragão
(Arte/Tutu)
Embora o governo brasileiro ainda não tenha reconhecido a vitória de Joe Biden na eleição presidencial dos Estados Unidos – e o presidente Jair Bolsonaro tenha manifestado o seu apoio a Donald Trump, derrotado no colégio eleitoral –, no que diz respeito à interação entre os setores privados dos dois países, a relação seguirá bastante sólida. Esta é a avaliação do sociólogo, internacionalista e diretor de estratégia da Arko Advice, Thiago de Aragão.
Em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, ele explica que a relação bilateral é dividida entre as esferas governamental e privada. Segundo Aragão, não há motivo, até o momento, para desconfiar que haverá um esfriamento no campo empresarial.
Saiba mais sobre assunstos internacionais
Com Biden na Casa Branca, relação do Brasil com os Estados Unidos dependerá de ações propositivas do Itamaraty
Entenda em que ponto está a agenda de acordos comerciais do Brasil
Tecnologia 5G a poucos passos de virar realidade no Brasil; entenda o que esse grande avanço representa
“No âmbito privado, a relação entre os dois países é muito sólida. O nosso mercado financeiro é profundamente integrado ao norte-americano. Temos indústrias norte-americanas há muitas décadas no Brasil e empresas dos Estados Unidos que fazem parte do imaginário brasileiro, como Apple, Microsoft, Amazon, Netflix, entre outras”, salienta.
Na avaliação de Aragão, também pesquisador sênior do Center for Strategic and International Studies (CSIS), sediado em Washington D.C. (Estados Unidos), mesmo que Bolsonaro e Biden não sejam próximos, a chance de um atrito entre os chefes de Estado ocorrer é pequena, uma vez que o mandatário norte-americano deve dar mais atenção a outras partes do mundo.
“No campo governamental, isso pode incomodar muita gente, mas o Brasil não é uma das dez ou 15 prioridades de Biden ou de qualquer outro presidente americano”, destaca.
Confira mais entrevistas do UM BRASIL
Como o Brasil pode se livrar das amarras fiscais que tornam o Estado insustentável?
Sem reforma ampla, ideal é remodelar o sistema tributário aos poucos
Mesmo que não tenham depósitos, bancos emprestam quando acham que têm bons tomadores
Com isso, o internacionalista acredita que a relação entre ambos os países deve se tornar mais “superficial”. “Dificilmente vamos ter uma provocação dos Estados Unidos para o Brasil. No entanto, pelo fato de Biden ser uma pessoa de partido, uma provocação pode sair por meio de um relatório de uma comissão de relações exteriores da Câmara [dos Representantes], como já aconteceu neste ano, sobre meio ambiente ou qualquer outro tema. Isso vai gerar uma resposta do Brasil. E, conforme essa resposta for feita, pode gerar um problema entre os dois lados”, avalia.
Sobre a preservação do meio ambiente especificamente, Aragão comenta que, se a percepção de que o Brasil não trata o assunto com responsabilidade for endossada pelo presidente eleito dos Estados Unidos, isso pode impactar o mercado financeiro e os investimentos estrangeiros no setor produtivo do País.
“Na prática, o que o Brasil precisa fazer é utilizar a diplomacia e o Itamaraty para melhorar a percepção que o mundo tem sobre a sua política ambiental”, indica.
Assista a entrevista na íntegra e se inscreva no canal UM BRASIL.
Ao mencionar esta notícia, por favor referencie a mesma através desse link:
www.fecomercio.com.br/um-brasil/materias/independentemente-de-presidentes-relacao-dos-setores-privados-do-brasil-e-dos-estados-unidos-seguira-solida
Notícias relacionadas
-
Mercado
Projeções de vendas do Dia das Crianças estão em alta
Valor, que representa expansão em comparação ao mesmo período de 2023, reflete cenário econômico estável
-
Brasil
Crise habitacional exige planejamento e investimentos
BrasilElevação da Selic preocupa o Bacen com excesso de demanda
BrasilInflação, gastos e eleição dos EUA geram aumento da Selic
Recomendadas para você
-
Mercado
Ânimo dos empresários com vendas do final do ano cresce
Índice da FecomercioSP cresce pelo terceiro mês consecutivo, apontando aumento da confiança do Comércio
-
Modernização do Estado
Reunião Plenária: Maílson da Nóbrega analisa cenário global
Resiliência e capacidade para realizar reformas são fundamentais para o Brasil superar a instabilidade
-
Brasil
No Brasil, profissões ligadas à tecnologia cresce até 740% em dez anos
Estudo produzido pela FecomercioSP mostra impacto da digitalização da economia sobre o emprego
-
Modernização do Estado
FecomercioSP convoca empresariado para assinar a carta aberta
Em evento no Sescon-SP, Entidade reforça a relevância da modernização do Estado e apresenta medidas