Economia
09/10/2017“O Brasil é o mercado financeiro mais seguro do mundo, mas isso tem um custo”, diz Rodrigo Zeidan
Professor de Economia da Fundação Dom Cabral e da New York University em Xangai fala sobre o equilíbrio entre segurança e eficiência no sistema financeiro do País

“O mercado financeiro é regulado em qualquer lugar do mundo, ou seja, não existe competição plena”, diz Zeidan
(Foto/TUTU)
“Defendo a competição como [forma de] entregar para a sociedade um resultado do mercado financeiro melhor do que temos hoje no Brasil”, defende o professor de Economia da Fundação dom Cabral e da New York University em Xangai, Rodrigo Zeidan, em entrevista para o UM BRASIL.
A entrevista faz parte de uma série realizada em Pequim durante o Brazil+China Challenge 2017, ocorrido nos dias 1º e 2 de setembro. São 12 produções que serão divulgadas todas as terças-feiras até o dia 19 de dezembro. A equipe do UM BRASIL conversou com nomes como o sociólogo norte-americano Daniel Bell, o senador Cristovam Buarque, o diplomata Marcos Troyjo e a especialista em Relações Internacionais Adriana Abdenur.
“O mercado financeiro é regulado em qualquer lugar do mundo, ou seja, não existe competição plena”, explica Zeidan, ainda sobre sua análise que defende o aumento da competitividade. “Sou favorável à competição como forma de entregar para a sociedade um resultado melhor.”
“Tenho pouquíssimas dúvidas que o Brasil é o mercado financeiro mais seguro do mundo, mas isso tem um custo”, afirma o entrevistado. Segundo ele, a moderna regularização do sistema financeiro brasileiro é uma grande resposta a eventos da década de 1990, para evitar que o Estado tenha de interferir no mercado para solucionar alguma crise. “O que o Banco Central quer é que o sistema seja seguro e que não haja nenhuma possibilidade de crise financeira. Crise de sistema financeiro é algo muito pesado”, afirma Zeidan.
No entanto, ele diz não ter dúvidas de que o Banco Central brasileiro exagerou na busca por seguridade, que tem duas faces distintas no País e em lugares como os Estados Unidos. “Existe um ponto ótimo que combina eficiência e segurança. O pêndulo da crise financeira norte-americana, um grande fator que contribuiu, foi a desregulamentação do mercado. No Brasil temos o contrário.”
Além disso, para Zeidan, o BC ajuda a promover a concentração de mercado “É impensável em qualquer lugar do mundo que você entregue um sistema que já é concentrado em quatro grandes grupos para que fique ainda mais concentrado”, justifica.
Confira a entrevista completa:
Ao mencionar esta notícia, por favor referencie a mesma através desse link:
www.fecomercio.com.br/um-brasil/materias/o-brasil-e-o-mercado-financeiro-mais-seguro-do-mundo-mas-isso-tem-um-custo-diz-rodrigo-zeidan
Notícias relacionadas
-
Mercado
IPCA desacelera em maio e abre espaço para a manutenção da Selic
Alta de 0,26% no índice oficial de inflação foi menor que a esperada e reflete alívio nos preços de alimentos e serviços
-
Brasil
Apesar de haver espaço para manter Selic no mesmo patamar, COPOM priorizou atuação robusta sobre inflação
Inteligência ArtificialFederação exibe posicionamento quanto ao Marco Civil da IA
Modernização do EstadoModernização do Estado é necessária para melhorar a qualidade dos serviços públicos
Recomendadas para você
-
Internacional
Microempresas e MEIs aquecem importações da Ásia, com crescimento de 160% em 5 anos
Marketplaces internacionais facilitam acesso a produtos da região
-
Modernização do Estado
Reforma Administrativa é o caminho para modernizar o Estado
Priorizar a eficiência da máquina pública e a melhoria na qualidade dos serviços públicos deve ser o foco
-
Modernização do Estado
Reforma Administrativa buscar eficiência do serviço público
FecomercioSP, que elaborou parte das propostas em debate, vai participar das discussões na Câmara dos Deputados
-
Brasil
Brasil e mundo vivem uma nova era geopolítica e tecnológica
Hoje, alguns setores políticos difundem a ideia de um passado idealizado, em que tudo era bom