Economia
28/07/2016Comércio atacadista de São Paulo encerra 938 empregos formais em maio, aponta FecomercioSP
Mesmo em ritmo de queda durante nove meses consecutivos, saldo negativo já é menor do que os registrados nas comparações mensal e anual

Pior desempenho foi o do setor de eletrônicos e equipamentos de uso pessoal, com redução de 9%
(Arte/TUTU)
Em maio, o setor de atacado no Estado de São Paulo admitiu 13.518 profissionais com carteira assinada, porém o número de desligamentos foi maior: 14.456. Tal cenário culminou no fechamento de 938 postos formais de trabalho no mês. Ainda que essa seja a nona queda consecutiva, o resultado é melhor do que o apontado em períodos anteriores, com a extinção de 1.517 empregos em regime CLT, em abril deste ano, e 1.034 em maio do ano passado.
Com isso, o estoque de trabalhadores do comércio atacadista paulista atingiu a marca de 492.812 no mês, o patamar mais baixo desde outubro de 2012, quando o Estado contava com 492.174 funcionários ativos no setor. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano foram eliminados 6.604 empregos, o pior resultado para o período desde 2007. Entre os meses de junho de 2015 e maio de 2016 o quadro profissional foi reduzido em quase 20 mil postos formais (19.992).
Os dados são da Pesquisa de Emprego no Comércio Atacadista do Estado de São Paulo (PESP Atacado), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e das informações sobre movimentação declaradas pelas empresas do atacado paulista. As informações mostram o nível de emprego do comércio atacadista em dezesseis regiões e dez ramos de atividade. A FecomercioSP passou a acompanhar tais dados em fevereiro de 2016.
As dez atividades pesquisadas em maio apresentaram queda no estoque de empregos na comparação com o mesmo mês de 2015. Como já observado em indicadores anteriores, o pior desempenho foi o do setor de eletrônicos e equipamentos de uso pessoal (-9%), seguido pelos segmentos de tecidos, vestuário e calçados (-7,2%) e de máquinas de uso comercial e industrial (-7%).
De acordo com a assessoria econômica da Federação, o comércio atacadista vem apresentando uma desaceleração na eliminação de postos de trabalho. Com isso, a taxa de retração no número de empregados ativos permaneceu em -3,9% no comparativo anual, porém, o quadro ainda é preocupante.
Para a FecomercioSP, o atacado ainda é muito afetado pela mudança no comportamento de consumo das famílias, bem mais retraído diante da crise pela qual o País passa desde o final de 2013, quando o varejo deu seus primeiros sinais de desaceleração nas vendas e, consequentemente, nas compras no setor atacadista. A depressão da produção industrial nacional agrava ainda mais a realidade de algumas atividades do setor, principalmente comerciantes de insumos de base produtiva para micro e pequenos industriais.
Mesmo com poucas alterações no cenário econômico até maio (mês em que foram divulgados os últimos dados de emprego formal pela FecomercioSP), em junho, indicadores que medem a confiança de consumidores e empresários já sinalizaram importantes alterações. A Entidade espera, com a redução dos índices inflacionários e a retomada da confiança, que haja espaço para uma redução futura dos juros - cenário essencial para a retomada de consumo e investimento e, com isso, a recuperação do emprego formal. Como este caminho depende de menos incertezas, definições políticas e ambiente mais favorável aos negócios, a Entidade acredita que o emprego esboce uma recuperação significativa apenas em 2017.
Atacado paulistano
Em maio foram eliminados 547 empregos com carteira assinada no comércio atacadista da cidade de São Paulo. Foi o 18º mês consecutivo que o atacado da capital registrou saldo mensal negativo. A ocupação formal atingiu 204.831 empregados. O saldo acumulado dos últimos 12 meses ficou negativo em 10.671 empregos, o que levou à diminuição de 5% do estoque total de trabalhadores na comparação com maio de 2015.
Das dez atividades pesquisadas, apenas os segmentos de alimentos e bebidas (+55) e energia e combustíveis (+35) abriram novos postos de trabalho em maio. Os destaques negativos ficaram por conta dos setores de máquinas de uso comercial e industrial (-170), de eletrônicos e equipamentos de uso pessoal (-133) e de outras atividades (-91).
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