Legislação
19/04/2022FecomercioSP solicita que sistema de adesão ao Relp seja disponibilizado o mais rápido possível
Prazo para manifestar interesse no programa de reescalonamento de dívidas foi prorrogado até 31 de maio, mas segue sem ferramenta de acesso
Por meio do Relp, empresas têm a oportunidade de regularizar as pendências fiscais
(Arte/Tutu)
*Matéria atualizada em 20 de abril de 2022
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), por meio do Conselho de Assuntos Tributários (CAT), solicitou, ao Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) e à Receita Federal, que o sistema de adesão ao Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional (Relp) seja disponibilizado o mais rápido possível aos contribuintes, tendo em vista a proximidade do prazo para manifestar interesse em participar do mecanismo de parcelamento.
Apesar de instituído em 17 de março deste ano, pela Lei Complementar (LC) 193/2022, o programa ainda carece de um sistema de adesão. Ainda assim, inicialmente, as resoluções CGSN 166/2022 e 167/2022 estabeleceram que as empresas devem aderir até o dia 29 de abril. Contudo, o Poder Executivo ainda não disponibilizou o sistema por meio do qual as inscrições devem ser feitas.
Nesta quarta-feira (20), o CGSN, por meio da Resolução 168/2022, decidiu prorrogar o prazo de adesão ao Relp até 31 de maio de 2022. O comitê, inclusive, justificou o prolongamento do prazo dizendo ser necessário para adequação do calendário. Além disso, indicou que a Receita Federal já tem tudo pronto para operacionalizar o parcelamento, que segue à espera de fonte de compensação, conforme exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
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O Relp, na avaliação da FecomercioSP, mostra-se uma importante ferramenta para a recuperação das empresas que sofreram elevados prejuízos em razão da pandemia de covid-19. Por meio do programa, os negócios têm a oportunidade de regularizar as pendências fiscais sem que as atividades operacionais sejam prejudicadas. Além disso, o Estado pode reaver os valores que deixou de arrecadar. No entanto, o atraso na liberação da plataforma de adesão pode inviabilizar todos estes benefícios.
Deste modo, a Entidade reforçou ao CGSN e ao Fisco a importância de o sistema de adesão ser disponibilizado com celeridade.
Como funciona o programa
O Relp pode ser utilizado por Microempresas (MEs), Empresas de Pequeno Porte (EPPs) e Microempreendedores Individuais (MEIs) - todos optantes pelo Simples Nacional. Estabelecimentos em recuperação judicial também podem participar.
Podem ser pagos ou parcelados os débitos vencidos até fevereiro de 2022. O parcelamento, inclusive, pode se estender por mais de 15 anos, com descontos em multas, juros e encargos legais.
O programa prevê a cobrança de uma entrada, que pode ser paga em oito vezes. Além disso, o deferimento do pedido de adesão está condicionado ao pagamento da primeira parcela.
Modalidades de parcelamentos
As modalidades de parcelamento variam conforma o impacto da pandemia sobre o faturamento do negócio. Na prática, o Relp compara o volume financeiro de março a dezembro de 2020 com o apurado no mesmo período em 2019.
De todo modo, a dívida pode ser dividida em até 188 vezes (15 anos e oito meses). As oito primeiras parcelas são as de entrada – e, portanto, não têm descontos. Para as demais, há descontos de 65% a 90% nas multas e nos juros de mora, e de 75% a 100% nos encargos legais.
Cada parcela mensal tem valor mínimo de R$ 300, exceto para Microempreendedor Individual (MEI), cujo valor mínimo é de R$ 50.
Confira, a seguir, os valores mínimos de entrada, conforme o faturamento em 2020.
• 0% de perda no faturamento: pagamento de, no mínimo, 12,5% do valor da dívida consolidada.
• 15% de perda: pagamento de, no mínimo, 10% do valor da dívida consolidada.
• 30% de perda: pagamento de, no mínimo, 7,5% do valor da dívida consolidada.
• 45% de perda: pagamento de, no mínimo, 5% do valor da dívida consolidada.
• 60% de perda: pagamento de, no mínimo, 2,5% do valor da dívida consolidada.
• 80% de perda ou inatividade: pagamento de, no mínimo, 1% do valor da dívida consolidada.
Saiba mais sobre o parcelamento clicando aqui.
Atuação
Desde o início da crise econômica gerada pela pandemia de covid-19, a FecomercioSP solicita a implementação de um programa de auxílio fiscal às empresas.
Sendo assim, a Entidade atuou, no Congresso Nacional, em todas as etapas de aprovação do projeto de lei complementar do Relp.
Além disso, tão importante quanto a aprovação foi o trabalho que a Federação empenhou para que o Poder Legislativo derrubasse o veto do Executivo ao programa, pauta que se mostrou exitosa.
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